O atual prefeito de João Costa, Zé Neto (PSB), que comandava o município ao sul do Piauí, com cerca de 4 mil habitantes, não conseguiu se reeleger nas eleições de 2024. A derrota veio para o ex-prefeito Gilson Castro (PSD), seu antigo aliado e padrinho político na campanha de 2020.
Durante sua gestão, Zé Neto foi destaque nacional por ser o único entre 51 prefeitos mais beneficiados por emendas parlamentares que não conseguiu se reeleger. Com mais de R$ 15 milhões recebidos em emendas e uma arrecadação de quase R$ 20 milhões apenas em 2024, o resultado inesperado o colocou fora da curva: 50 dos 51 prefeitos em situação semelhante garantiram a continuidade no cargo.
A aliança entre Zé Neto e Gilson Castro parecia consolidada em 2020, quando Zé Neto venceu com o apoio de Gilson, que ao final do mandato assumiu o posto de Secretário de Obras no novo governo. No entanto, a harmonia foi rompida às vésperas da eleição deste ano, quando Gilson manifestou o desejo de disputar novamente o cargo de prefeito. Em resposta, Zé Neto exonerou o ex-prefeito e seus aliados da pasta que administravam.
A disputa levanta questões: seria essa uma ruptura genuína ou apenas um teatro político, onde o comando do município é alternado entre os mesmos atores? O fato é que 98% dos prefeitos que receberam emendas se reelegeram, e Zé Neto foi a única exceção.