A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) realiza nesta sexta-feira (1º), o Seminário de Educação para as Relações Étnico-Raciais, no Auditório Tupperware, no centro de Teresina. O evento apresenta para os profissionais da educação pública estadual, o Programa Educar para Respeitar, com orientações práticas para a promoção da equidade racial e o compartilhamento de boas práticas voltadas para a educação antirracista e aplicação das leis 10.639/2003 e 11.645/2008.
O seminário realizado pela Seduc, por meio da Gerência de Inclusão e Diversidade (GID), reúne profissionais das 21 Gerências Regionais de Educação do Piauí, gestores escolares, técnicos da Secretaria de Educação e sociedade civil.
“Teremos formação dos nossos professores para que eles possam abordar com mais eficiência a história, a arte, a cultura afro-brasileira e africana, nas diversas disciplinas. Estamos criando o selo antirracista das escolas, vamos fortalecer as orientações para que as escolas possam preencher corretamente os dados do censo em relação a identificação de raça, etnia, cor”, detalha o gestor.
O evento conta com painéis e atividades em sua programação, dentre elas o Painel “20 anos da Lei 10.639/03: Avanços e desafios”, o Painel “Equidade como valor: Perspectivas com o novo FUNDEB”, e o Painel com apresentação das práticas pedagógicas de escolas e sorteio de livros.
A superintendente de Promoção da Igualdade Racial e Povos Originários da Sasc, Assunção Aguiar, destaca que o programa é fundamental para os estudantes. “Quando percebemos a ausência das nossas crianças não se enxergando dentro da sala de aula é porque essa escola não está percebendo a nossa presença. O nosso propósito é que esse projeto saia do discurso e aconteça na prática, por isso acreditamos e apostamos muito nele”, afirma a superintendente.
O diretor da União Nacional dos Estudantes, Hector Belém, enfatiza que a problemática social do racismo se aprofundou nos últimos anos e que agora, com o novo programa do Governo do Estado, surgiu a oportunidade de construir novas bases de enfrentamento.
“São os educadores que têm esse papel de, principalmente, despertar essa sensibilidade. Estamos falando da juventude que está passando por um momento muito complicado da vida, a adolescência. Estamos falando de autoestima, construção de identidade e corpos que precisam se construir e se ver enquanto pessoas bonitas, pessoas capazes. Nós precisamos ser esses agentes que vão transformar a educação do nosso estado e transformar as bases para que, nos próximos ciclos, nós tenhamos uma educação que alcance novos horizontes, novos espaços e que ocupe muito mais parte do nosso futuro”, frisou o diretor.
A Seduc desenvolverá ações para a implementação do projeto Educar para Respeitar, como: a oficialização do Comitê de Implementação das leis 10.639/03 e 11.645/08, com a participação de 14 Instituições, sendo elas governamentais e sociedade civil organizada; o lançamento da Cartilha “Orientações para a Construção de uma Escola Antirracista”, com distribuição nas 640 escolas da rede; aquisição de livros didáticos voltados para as temáticas em Educação das Relações Étnico-Raciais-ERER, Educação Indígena, Quilombola, Educação do Campo e Educação Inclusiva (biblioteca escolar e biblioteca do professor); formação continuada e seminários anuais com professores sobre a temática; café com Equidade com a governança da Seduc, em parceria com Instituto Unibanco; Campanha de autodeclaração de raça/cor ou Etnia no Censo Escolar; e selo antirracista para as escolas.