Anitta vive uma fase de transformação — e não apenas artística. Nos últimos meses, a cantora vem adotando um comportamento mais reservado, mensagens reflexivas nas redes e uma rotina voltada ao autoconhecimento. Agora, empresta sua voz para 33 meditações guiadas que acompanham o livro Musculatura da Alma, da cosmoterapeuta e mentora espiritual Max Tovar.
Lançado em novembro, o livro traz um QR Code que direciona o leitor para áudios narrados pela artista. Em um deles, a cantora recebe o público com uma mensagem introspectiva:
“Seja bem-vindo à sua jornada de fortalecimento interior. Vamos explorar o poder do esforço consciente e o desapego do que limita o seu caminho.”
Além de gravar as meditações, Anitta — ou Larissa, como assina no prefácio — revela que, nos últimos anos, revisitou comportamentos, enfrentou cobranças internas e reconheceu pontos de arrogância e julgamento que surgiram durante a fase mais intensa de sua carreira.
A cantora explicou como concilia o lado “funkstar” com a nova versão mais calma e espiritualizada.
“Estou aprendendo a equilibrar tudo cada vez melhor. Falo mais sobre espiritualidade, mas daqui a pouco tem EP de Carnaval e tem ‘Ensaios’. Recorro às próprias meditações para dar conta da maratona”, disse.
A artista reforça que as meditações não fazem parte da sua carreira musical — são um trabalho da “Larissa”, não da “Anitta”.
“Existe um lado meu que busca se conhecer, se perceber, se trabalhar. Não é um novo rumo artístico. É um processo pessoal.”
Discreta com a vida íntima, a cantora explica por que decidiu abrir ao público a relação com Max Tovar e com a espiritualidade.
“Minha jornada de autoconhecimento tem sido extremamente transformadora. Hoje me sinto confortável para mostrar esses dois lados. Eu, que antes era obcecada por resultados, agora levo a vida com mais calma.”
No prefácio, ela descreve uma fase de reflexão profunda:
“Me vi na armadilha da arrogância de quem apenas começava um caminho, mas se acreditava superior"
Um dos pontos mais fortes da entrevista foi a admissão de que o ritmo frenético da carreira a levou ao limite.
“Minha carreira era tudo que importava. Eu me sobrecarreguei, me desequilibrei e minha saúde pediu socorro.”
A cantora detalha que a fase de excesso a fez perder de vista prioridades pessoais:
“Quando tudo vira urgente, você não enxerga o que realmente importa. Isso te prende em modos de agir que você nem percebe.”
A nova postura, segundo ela, é resultado direto dessa crise — e inclui autocuidado, espiritualidade e terapia.
Apesar das especulações de fãs sobre um possível afastamento artístico, a cantora é categórica:
“Os dias difíceis existem, mas são encarados com mais leveza. Não abandonei a música — só aprendi a equilibrar.”
Anitta segue com a agenda cheia: EP de Carnaval, turnê dos Ensaios, parcerias internacionais e campanhas publicitárias. Mas agora, se apoiando em práticas meditativas e exercícios de presença.
“Essas gravações me mostraram ainda mais o poder da meditação. Vou levar isso para a vida.”