Fofoca pode parecer inofensiva, mas Junior Lima mostrou que nem sempre é assim. O cantor, que participou do programa Saia Justa nesta quarta-feira (6), abriu o coração e relembrou como os boatos sobre sua sexualidade marcaram profundamente sua adolescência — a ponto de se tornarem tema constante em sua terapia por duas décadas.

“Existiram muitos boatos em relação à minha sexualidade na minha adolescência. E isso, para mim, gerou uma insegurança absurda. Eu não entendia na época, mas me afetou profundamente”, revelou Junior.
No fim dos anos 90 e início dos 2000, o cantor vivia sob os holofotes — mas também sob uma cultura machista que o criticava por simplesmente ser sensível e viver da arte.
“Sempre fui um cara simpático, sensível, próximo das mulheres da minha vida. Isso era visto como algo estranho. Um homem que dançava? Que se preocupava com os outros? Isso se voltava contra mim.”
Junior garantiu que nunca teve problema com as especulações sobre sua orientação sexual em si, mas sim com os efeitos colaterais do preconceito.
“Não tenho nenhum preconceito, mas tudo isso era sempre baseado em fofoca. E me atrapalha até hoje. Tem gente que ainda tem preconceito comigo.”
Com muita maturidade, o cantor contou que foram necessários 20 anos de análise para ressignificar tudo o que viveu e, acima de tudo, manter-se fiel a si mesmo.
“Tive que ser muito corajoso para não negar quem eu era. Continuar sendo sensível, empático, preocupado com o outro. Isso é quem eu sou.”
Nas redes sociais, fãs aplaudiram a fala do artista, que se mostrou mais uma vez íntegro, maduro e pronto para inspirar quem também já sofreu com julgamentos gratuitos.