A Cozinha Comunitária do Campus Poeta Torquato Neto, em Teresina, tem sido alvo de denúncias e reclamações por parte do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Estadual do Piauí (DCE-UESPI). O alunato reclama da escassez de fichas e das longas filas debaixo do sol.
A Cozinha Comunitária é administrada pela Secretaria Estadual de Assistência Social (SASC) e foi reaberta em abril deste ano, após um período em que se encontrava fora de funcionamento. Antes de sua reestruturação, o serviço oferecia marmitas, mas não havia espaço para que os universitários ou membros da comunidade pudessem se sentar e almoçar.
Nathalia Pereira, estudante do curso de Letras-Português, acredita que investir em mais estrutura seja um passo importante para a melhoria da qualidade da Cozinha Universitária do campus.
“Aumentar a estrutura para todos, tanto os acadêmicos quanto os membros da comunidade, sejam bem recebidos, a estrutura seja melhor, o ar-condicionado, comidas também em maior quantidade, porque acontece muito, às vezes, o aluno às 12h não tem como almoçar porque não tem mais ficha”, explicou.
Bianca Valéria, graduanda do curso de Turismo, reclama das filas demoradas no espaço.
“As filas são muito longas e muito demoradas. Eu acredito que poderia haver um maior espaço para que os estudantes não ficassem debaixo do sol, da chuva, etc. [...] A universidade poderia criar meios de estabelecer um Restaurante Universitário aqui na UESPI, que abarcaria mais alunos, porque, por mais que o maior número de fichas de estudantes seja um grande feito do DCE, ainda não é o suficiente”, relatou a universitária.
O Portal Central Piauí conversou com Nathaniel Soares Pereira, Diretor de Assuntos Estudantis do DCE. Segundo ele, o problema começa no fato de o campus não ter um Restaurante Universitário de fato, mas uma Cozinha Comunitária que é utilizada por toda a comunidade do bairro Pirajá.
“Nós não temos um R.U. A indicação do DCE desta gestão é que tenhamos R.U., mas o que temos é uma Cozinha Comunitária, da comunidade. Ela não é da UESPI, inclusive, ela é administrada pela SASC”, informou Nathaniel.
Nathan ainda explica que, por conta de ser “dividida” por estudantes e pessoas da comunidade, sobram poucas fichas para quem busca fazer sua refeição no espaço.
“Por isso, a quantidade de fichas é muito pequena. Temos trezentas fichas para os estudantes hoje, em um campus com mais de duas mil pessoas”, ele denuncia.
O espaço em si é outra fonte de preocupação para os membros da comunidade universitária.
“É um espaço onde ficamos em longas filas e sem cobertura. Agora mesmo estamos passando por uma situação que é o sol. Logo, logo teremos outra situação, que é das chuvas”, ele diz.
Para o DCE, a reitoria da UESPI, apesar de não administrar o espaço de alimentação, demonstra descaso com os alunos, que são deixados sob sol escaldante ou sob a chuva. Muitos estudantes precisam recorrer a sombrinhas ou improvisar proteções contra o calor, com mochilas, por exemplo.
“A gente já vem solicitando há meses um orçamento para estudo de construção de um restaurante universitário. Nunca foi feito nada pela UESPI. Agora estamos tendo a dificuldade do espaço, e a UESPI não tem feito nada. Ela não administra a cozinha, mas pelo menos o espaço ao lado, o terreno, é a UESPI que administra. Ela poderia fazer uma cobertura”, explica.
Em comunicado enviado ao Portal Central Piauí, a Secretaria Estadual de Assistência Social (SASC) informou que o órgão “só fornece a alimentação” e que o espaço é da UESPI.
O Portal Central Piauí também entrou em contato com a assessoria de comunicação da Universidade Estadual do Piauí para comentar sobre o assunto, mas, até o momento da publicação desta reportagem, não recebeu resposta. O espaço segue em aberto.