Familiares negam abrigo a suspeito de feminicídio em Altos que conseguiu prisão domiciliar

Marcos Freitas segue precisando de cuidados médicos.

O réu Marcos Fortes de Sousa, acusado de matar a ex-mulher e o enteado e depois atear fogo na casa da vítima em maio deste ano na cidade de Altos conseguiu prisão domiciliar. No entanto, todos os seus familiares lhe negaram abrigo. O acusado segue, portanto, no sistema prisional.

Marcos Fortes está detido na Penitenciária Humberto Reis da Silveira, em Altos, desde que recebeu alta do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), ainda necessitando de cuidados médicos.

  

Marcos Freitas e ex-companheira Helioene. Reprodução

   

O acuso teve sua prisão preventiva convertida em prisão domiciliar pelo desembargador Pedro de Alcântara Macedo. O alvará de soltura foi expedido no dia 13 de setembro. No dia 20 do mesmo mês o gerente da penitenciária encaminhou ofício ao magistrado, comunicando a impossibilidade do cumprimento do alvará de soltura.

“Informamos que a Equipe Multidisciplinar desta penitenciária (serviço social e psicologia), não encontrou abrigo que o acolhesse e todos os familiares de Altos, Campo Maior e José de Freitas rejeitaram recebe-lo. A mãe biológica do interno foi contada pela penitenciária e informou que mora no Estado do Rio de Janeiro, e que não tem interesse em abriga-lo. O pai adotivo, de 82 anos, que reside na cidade de Altos, também recusa recebê-lo em casa, temendo represália da família das vítimas e da população”, consta o ofício.

FEMINICÍDIO CHOCOU ALTOS

O caso chocou não somente o município de Altos, como todo o Piauí e teve grande cobertura da mídia. 

Segundo o que consta nos autos do processo, no dia 3 de maio deste ano, Marcos Fortes foi até a residência de Helioene portando uma arma de fogo, um punhal e uma garrafa de gasolina. Ao chegar no endereço, ele derramou gasolina na ex-companheira e a esfaqueou. Depois disso, a arrastou pelo chão e efetou diversos disparos contra ela, que morreu no local. Em seguida, ele ateou fogo na casa, onde também estavam o filho, a mãe e a irmã da vítima, que sofreram queimaduras graves. O filho de Helioene, de 13 anos, morreu no hospital uma semana depois.