O Tribunal Popular do Júri da Comarca de Cocal condenou, nesta terça-feira (11), Antônio Carlos Silva Brito a 38 anos de reclusão em regime inicialmente fechado pelo feminicídio de sua ex-companheira, Clotildes Cardoso, de 26 anos, à época grávida de três meses. O julgamento durou 12 horas.
Antônio Carlos foi condenado a 30 anos de prisão pelo crime de homicídio com as qualificadoras de feminicídio durante a gestação, na presença de descendente ou ascendente da vítima, motivo torpe e uso de recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima. Ele havia sido preso no dia 7 de junho de 2023, na zona rural de Esperantina.
A pena também incluiu mais 5 anos de reclusão por provocar aborto sem o consentimento da gestante. Além disso, o réu recebeu mais 3 anos de prisão por lesão corporal contra o filho que estava na garupa da moto no momento do crime. A criança sofreu queimaduras de primeiro e segundo grau na perna direita.
O julgamento foi realizado de forma restrita, sem acesso do público. Apenas o conselho de sentença, composto por cinco mulheres e dois homens, além das equipes do juiz, Ministério Público e defesa, acompanharam o julgamento.
RELEMBRE O CASO CHOCANTE
O feminicídio ocorreu na manhã do dia 8 de abril de 2023, na rodovia PI-309, entre as comunidades Vidéu e Cajueiro, na zona rural de Cocal. Clotildes, conhecida pelo apelido de “Lili”, estava na garupa de uma motocicleta conduzida por seu então companheiro, acompanhada de um de seus filhos com Antônio Carlos.
O réu, dirigindo uma caminhonete D-20, interceptou e jogou o veículo contra a moto, derrubando assim os dois no chão. Ele desceu armado com uma faca e desferiu duas perfurações fatais contra o peito e o abdômen da ex-companheira. Após o crime, o condenado fugiu do local.
Antônio Carlos e Lili mantiveram um relacionamento que teve como fruto dois filhos. Antes do crime, os dois haviam discutido em razão de uma intimação judicial recebida por Antônio sobre o pagamento de pensão alimentícia.
Ele segue detido na Penitenciária Regional Luiz Gonzaga Rebelo, em Esperantina, onde deverá cumprir a pena.