O adolescente de 17 anos suspeito de assassinar o estudante Alex Mariano Nascimento Moura, de 16 anos, na quinta-feira (14), dentro do CETI Residencial Esplanada, na Zona Sul de Teresina, havia sido matriculado na escola nesta semana, segundo o secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas. O jovem possui nove registros criminais, foi internado provisoriamente duas vezes, mas não teve seus processos julgados, o que, segundo autoridades, contribuiu para a tragédia.
Cronologia do criminoso A.A.P.
Segundo informações oficiais:
- Janeiro/2024: apreendido por tentativa de roubo.
- 21/01/2025: novamente apreendido por roubo e internado por 45 dias; durante o período, respondeu por dano e ameaça.
- 25/05/2025: novo roubo, internado por 45 dias pela DRFV.
- 14/07/2025: liberado em liberdade assistida.
- Agosto/2025: matriculado na escola onde cometeu o homicídio.
“Este menor tem nove registros criminais e foi preso diversas vezes, mas nunca teve seus processos julgados. Ele deve ser segregado do convívio social para evitar que continue cometendo crimes”, afirmou Chico Lucas.
O secretário ressaltou que o Estado acompanhava o caso, mas ficou de mãos atadas devido às limitações legais impostas pelo Judiciário e pelo Ministério Público, que impediram investigações preventivas.
Motivação e execução
O crime teria sido motivado por disputas entre facções criminosas. Alex publicou uma foto com uma arma no Instagram, compartilhada apenas com amigos próximos, que foi mostrada a integrantes de uma facção rival.
O autor, identificado como Maguim, abordou Alex nos fundos da escola sob o pretexto de devolver um celular, e realizou os disparos. Dois adultos e outro adolescente, conhecido como “Neguinho”, também foram detidos como suspeitos.
Repercussão do secretário
Chico Lucas criticou a lentidão do sistema de responsabilização de menores infratores e anunciou medidas para evitar novos casos:
- Extinção da Delegacia de Proteção ao Menor.
- Casos de homicídio, facções e roubos cometidos por adolescentes serão investigados por DHPP, DRACO e DRFV.
- Cobrança ao Judiciário e Ministério Público para aplicação rigorosa do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
“Não se trata de redução da maioridade penal, mas de aplicar a lei. Menores violentos precisam cumprir medidas socioeducativas ou ser segregados do convívio social. Caso contrário, novas tragédias ocorrerão”, disse.
Alex Mariano era atleta do River Atlético Clube, onde defendia a categoria sub-16. O clube emitiu nota lamentando o ocorrido:
“O River-PI lamenta profundamente a perda do nosso atleta Alex Mariano. Nos solidarizamos com familiares, amigos e a comunidade esportiva, e esperamos que os responsáveis pelo crime sejam identificados e punidos”, destacou a nota.
A escola havia recebido, na semana anterior, uma visita do DRACO como parte de um projeto de aproximação da polícia com a comunidade escolar. A direção já havia alertado sobre problemas de segurança, mas a tragédia aconteceu antes de qualquer medida preventiva ser tomada.
“Estamos tratando do tema publicamente para mostrar que não é a polícia que falha, mas a execução das medidas previstas pelo ECA”, completou Chico Lucas.