O delegado Tales Gomes, da Delegacia de Operações Policiais, explicou que o tenente da Polícia Militar do Piauí, Alexandre Tupinambá, é suspeito de montar um esquema para receber indenizações de seguros contratados em nome de funcionários sem que eles soubessem. Segundo a investigação, o militar teria planejado mortes para simular acidentes e liberar apólices avaliadas em até R$ 1,5 milhão. Ele também é acusado de tentar manipular documentos e pressionar profissionais para alterar informações oficiais.
A polícia aponta que o tenente tentou mudar a causa da morte do caseiro José de Ribamar, usando ameaças para obter documentos adulterados em um cartório de Campinas do Piauí. De acordo com o delegado, o militar intimidou a titular do cartório com uma arma para conseguir uma certidão que apontasse descarga elétrica como motivo do óbito, o que permitiria o pagamento da apólice. O médico responsável pelo primeiro laudo, porém, manteve a versão de parada cardíaca.
As apólices não foram liberadas. A seguradora identificou inconsistências no caso e realizou diligências que reforçaram as suspeitas sobre a morte do caseiro. Paralelamente, familiares relataram tentativas de suborno por parte do tenente, o que levou a denúncias formais. A Polícia Militar acompanhou o cumprimento das ordens judiciais e informou que o futuro do oficial dependerá dos procedimentos internos da corporação.
Alexandre Tupinambá está preso desde 18 de outubro, com a prisão temporária já convertida em preventiva. Além de ser investigado pela morte de José de Ribamar e pela tentativa de homicídio de outro funcionário, ele responde também por golpes financeiros anteriores. Entre as vítimas estão uma conselheira do Tribunal de Contas do Estado e sua ex-esposa, que denunciou a venda de bens do casal sem autorização.