Delegado detalha prisão do padrasto suspeito de envenenar família em Parnaíba

Confira motivos que levaram a suspeita de Francisco e a possível motivação do crime.

Em uma coletiva de imprensa realizada hoje (08), às 10h, o delegado Abimael Silva, da Delegacia de Homicídios de Parnaíba detalhou a prisão de Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, apontado como principal suspeito de envenenar a comida consumida por uma família em Parnaíba. O caso possui até o momento quatro vítimas fatais.

  

Delegado detalha caso de envenenamento da família de Parnaíba
Foto: Reprodução
   

Segundo as informações do delegado, as investigações ainda estão em andamento com um prazo trinta dias para a conclusão do inquérito, podendo ser prorrogado, mesmo prazo da prisão temporária de Francisco.

Os exames laboratoriais apontam que o arroz consumido pelas vítimas foi envenenado com terbufós, uma substância tóxica análoga ao "chumbinho" que pode ser utilizado como inseticida. A substância foi encontrada na panela utilizada para preparar o arroz, no intestino das vítimas e em um dos pratos utilizado por uma das vítimas.

MOTIVO DA SUSPEITA:

As investigações apontam que o veneno foi colocado na panela entre o fim da festa no dia 31 e o início da preparação do almoço no dia 1º. Na noite anterior, a família preparou um baião de dois (arroz com feijão), que ficou sobre o fogão, e foi consumido por todos os membros da família, incluindo as crianças, mas ninguém apresentou qualquer mal-estar.

O terbufós, ele tem uma característica peculiar que até uma hora começam a iniciar os sintomas, entre trinta minutos uma hora, certo. E depois de uma hora, até quatro horas é o pico da sintomatologia terbufós. Então houve esse preparo do alimento na noite anterior, a festa acabou, o responsável por fechar a casa por volta das 3h às 4h da manhã foi o senhor Francisco de Assis. Ele revelou que foi o último a se deitar e foi o último a fechar a casa”, informou o delegado.

O delegado informou que Francisco se tornou o principal suspeito, pois apresentou três versões diferentes no período entre os dois dias, com declarações contraditórias em relação aos depoimentos das outras vítimas.

Na manhã do dia 01 de janeiro, uma das filhas da senhora Maria dos aflitos preparou o almoço, e segundo o depoimento da adolescente, Francisco insistiu que ela requentasse o arroz da noite anterior e utilizasse o mesmo arroz para preparar o almoço.

Ela relatou que retirou o arroz da primeira panela, transferiu para outra, adicionou água, requentou e, em seguida, o alimento foi servido nos pratos da família durante o almoço.

Os peritos encontraram resíduo de veneno em restos de arroz que estavam na primeira panela e em um dos pratos das vítimas.

Durante as buscas na residência, a polícia apreendeu um baú que, segundo os familiares, pertencia a Francisco e ficava trancado com cadeado ao lado do fogão. A suspeita é que Francisco tenha guardado o veneno no baú, já que ninguém mais tinha acesso à chave.

POSSÍVEL MOTIVO DO CRIME:

Francisco de Assis é companheiro de Maria dos Aflitos, mãe de oito filhos, destes quais seis moravam na residência que no total comportava onze pessoas.

Segundo os depoimentos, o homem possuía um relacionamento conturbado com os enteados e não falava com nenhum dos filhos da companheira. Foi constatado também através dos depoimentos que ele teria um sentimento de ódio por Francisca Maria da Silva, mãe das crianças. O homem também manifestava o desejo de que Francisca saísse de casa com os filhos.

 “Ela era uma criatura que tinha a mente boba, tola, matuta, morta de preguiça, não serve para nada, praticamente quase inútil, passa o dia todo escutando músicas de apologia, músicas de mala”, declarou Francisco em seu depoimento.