O ex-secretário municipal de Educação de Teresina, Reinaldo Ximenes, se pronunciou com exclusividade ao Portal Central Piauí nesta quarta-feira (26) sobre a operação da Polícia Federal que mirou contratos da Secretaria Municipal de Educação (SEMEC) durante a gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa (PRD).
Ximenes foi secretário executivo da pasta até 2023 e assumiu o comando da SEMEC em fevereiro de 2024, permanecendo no cargo até o fim do mandato do ex-prefeito.
Segundo ele, as investigações da PF se concentram em processos licitatórios de 2019 e 2022, ambos anteriores à sua gestão direta. O ex-secretário reforça que a SEMEC não é responsável por realizar licitações, função que cabe à Secretaria Municipal de Administração (SEMA).
“A Secretaria de Educação não conduz licitações. Toda a seleção de empresas é feita pela Administração, que define quem está apto e contratado. À SEMEC cabe apenas a execução contratual após esse processo”, afirmou.
Ele acrescenta que, apesar de ser o ordenador de despesas, a SEMEC não realiza pagamentos, etapa que fica sob responsabilidade da Secretaria de Finanças, após validação dos serviços pelos fiscais de contrato.
Ximenes também destacou que não foi alvo de mandados durante a operação deflagrada nesta quarta. “Estive à frente da SEMEC de fevereiro a dezembro de 2024 e não fui alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal”, pontuou.
A operação
De acordo com a Polícia Federal, as suspeitas envolvem contratos de terceirização de mão de obra firmados em 2019 e 2022 e executados durante a gestão de Dr. Pessoa. O inquérito foi aberto em 2023, após denúncias de irregularidades sistemáticas na prestação dos serviços.
As análises apontam indícios de direcionamento contratual, uso de empresas de fachada, superfaturamento e retenção indevida de salários de terceirizados, mecanismos que teriam sustentado o esquema.