O Instituto de Metrologia do Piauí (Imepi) confirmou que o material apreendido na Operação Carbono Oculto 86 será enviado ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) da Bahia. As placas eletrônicas recolhidas em postos de combustíveis apresentam indícios de fraude e seguirão para análise técnica. Segundo o Imepi, o procedimento é rotineiro em casos de suspeita de irregularidades.
Ao todo, 49 postos de combustíveis foram interditados nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins. A operação, deflagrada em 4 de novembro, apura um esquema de lavagem de dinheiro e fraudes no setor, com indícios de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). As investigações apontam movimentações superiores a R$ 52 bilhões no país, sendo R$ 300 milhões relacionados a empresas sediadas no Piauí.
O inquérito indica que o grupo utilizava empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para ocultar a origem dos recursos. As distribuidoras ligadas à facção teriam emitido mais de 70 CNPJs e 504 notas fiscais eletrônicas. As empresas simulavam negociações de compra e venda de combustíveis com transportadoras inexistentes e contratos falsos, ocultando a circulação real dos produtos.
O ponto inicial da investigação foi a venda da Rede de Postos HD, realizada em dezembro de 2023. A operação chamou atenção pela criação recente da Pima Energia Participações, responsável pela compra. A holding passou a controlar os postos com apoio de outras companhias envolvidas no esquema. Entre os investigados estão operadores financeiros, empresários e laranjas usados para ocultar os verdadeiros responsáveis.