TCE aponta indícios de irregularidades em R$ 3,9 milhões da Saúde de Parnaíba

Relatório preliminar do TCE aponta falhas em contratações da Saúde e cobra defesa do prefeito e de duas gestoras municipais.

Um relatório preliminar do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) identificou indícios de irregularidades em quatro contratações emergenciais feitas pela Secretaria Municipal de Saúde em 2025, somando R$ 3,9 milhões. As conclusões levaram à citação do prefeito Francisco Emanuel Cunha de Brito e de duas secretárias executivas, que deverão explicar todos os pontos levantados pelos auditores do tribunal.

De acordo com o documento, as contratações diretas firmadas com as empresas Vital Hospitalar, W2 Comércio de Medicamentos e Mais Saúde Ltda. teriam ocorrido sem comprovação de urgência real, sem estudos técnicos e sem pesquisa de preços. O TCE apontou ainda repetição de fornecedores, falhas na verificação da capacidade técnica e problemas na publicidade dos contratos, fatores que comprometem a transparência e o controle dos gastos.

  

Prefeito de Parnaíba, Francisco Emanoel. 

   

A auditoria também destacou que a empresa Mais Saúde Ltda., contratada por R$ 1,6 milhão, é investigada na Operação Barão Vermelho, que apura crimes como lavagem de dinheiro e tráfico. Outro ponto observado foi a existência de dois CNPJs ligados à empresa W2, o que, segundo os auditores, pode indicar risco na verificação da idoneidade e exige atenção redobrada em contratos sem licitação.

Apesar de não recomendar medidas cautelares, já que os contratos foram executados, o TCE considera que há elementos suficientes para possível responsabilização administrativa. O prefeito e as gestoras citadas terão prazo para apresentar defesa. A análise seguirá após o recebimento das justificativas.