Vinícius Dias avalia desafios do Piauí e cobra planejamento de longo prazo contra a seca

Para ele, ações pontuais, como o uso recorrente de carros-pipa não resolvem o problema de forma definitiva.

O médico Vinícius Dias, filho do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, defendeu uma atuação mais estruturada do poder público para enfrentar a crise hídrica no Piauí e criticou a dependência de medidas emergenciais adotadas ao longo dos últimos anos. A declaração foi feita em entrevista ao Central Piauí.

Segundo Vinícius, a política precisa estar voltada ao serviço público e à aplicação responsável dos recursos arrecadados por meio de impostos, com foco em soluções que tragam resultados duradouros à população. Para ele, ações pontuais, como o uso recorrente de carros-pipa, ajudam a enfrentar situações imediatas, mas não resolvem o problema de forma definitiva.

  

Vinicius Dias. Foto: Hanniel Libni
   

“O gestor tem que agir em momentos de emergência, priorizando quem mais precisa, mas isso não pode ser a única resposta. É necessário planejamento de longo prazo para que a gente não viva todos os anos a mesma situação de seca”, afirmou.

Vinícius destacou que a falta de água continua sendo um dos principais desafios enfrentados por comunidades do interior do estado, impactando diretamente a produção agrícola, o emprego e a permanência das famílias no campo. Ele ressaltou que muitas pessoas dependem exclusivamente da água encanada e não têm condições de investir em alternativas como poços artesianos.

Além do papel do Estado, Vinícius defendeu o estímulo ao setor produtivo como parte da solução. Segundo ele, o poder público pode criar mecanismos para incentivar empresários e pequenos empreendedores a desenvolverem projetos sociais e econômicos que contribuam para o fortalecimento das comunidades mais afetadas.

“É possível estimular quem tem recursos, sejam grandes empresários ou pequenos negócios, a investir em iniciativas que ajudem a população, sem que isso substitua a responsabilidade do Estado”, pontuou.

O médico também reconheceu avanços na ampliação do acesso à água no Piauí, especialmente por meio das empresas responsáveis pelo abastecimento, mas ressaltou que o processo precisa ser contínuo e acompanhado de investimentos estruturais.

Ele citou ainda iniciativas voltadas à integração de bacias e ao aproveitamento de grandes mananciais, como o Rio São Francisco, como alternativas que precisam ser discutidas de forma permanente para reduzir os impactos das estiagens recorrentes no estado.

Para Vinícius, garantir segurança hídrica é fundamental não apenas para enfrentar períodos de seca, mas também para criar condições de desenvolvimento econômico e qualidade de vida. “O objetivo é fazer com que as pessoas que moram no Piauí queiram continuar vivendo aqui, com dignidade e oportunidades”, concluiu.