Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o programa “Cajuína & Prosa” trouxe Célia Gomes, mulher preta, mãe, ativista, fundadora e presidente da Associação de Prostitutas do Piauí (APROSPI). Célia conta com detalhes sobre o caminho que precisou e precisa percorrer todos os dias na luta pelos direitos e valorização das mulheres.
“Surgiu a ideia de montar a associação porque as mulheres estavam começando a entender como era o trabalho, o que era discriminação, o que era prevenção, o que é ser trabalhadora. Elas tinham direito, porque é um trabalho como outro qualquer. Então, eu pensei assim: não vamos deixá-las à deriva. E começou a peregrinação para registrar a associação”, afirma Célia sobre a criação da Aprospi.
A Associação é uma instituição sem fins lucrativos, que desenvolve diversos trabalhos sociais buscando minimizar a vulnerabilidade social, oferecendo suporte para as profissionais do sexo. Em 2021, um projeto de lei reconheceu a entidade como força de utilidade pública.
Antes de trabalhar com a APROSPI, Célia já realizava alguns trabalhos voluntários na comunidade em que vive: “Eu sou uma das fundadoras da “Vila Irmã Dulce”, então o ativismo já vem desse momento de luta pelo espaço e moradia”.
Em 2023, ela teve sua história publicada no livro “Prostituta é comunidade”, escrito pela jornalista Vitória Pilar. A obra revela as experiencias pessoais e a luta da Célia Gomes dentro do ativismo piauiense, principalmente na defesa dos direitos e bem-estar das profissionais do sexo no Piauí.
"Eu estou aqui para lutar por direitos. Quando entrei na APROSPI, foi para quebrar barreiras, tanto que todos os nossos projetos têm esse nome. Fortalecer é preciso, porque todos os movimentos sociais eram respeitados, e não a Aprospi?", ressalta.
Com o engajamento da associação, o movimento comunitário começou a abraçar a causa fortalecendo ainda mais a luta dessas mulheres que na maioria das vezes são silenciadas e marginalizadas pela sociedade.
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