Dados atualizados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que 324 trabalhadores foram encontrados em situação análoga à de escravidão no Piauí, em fiscalizações realizadas entre janeiro e dezembro de 2023. As ocorrências estão distribuídas por 27 municípios do estado, conforme a nova versão do Cadastro de Empregadores, conhecido como "Lista Suja".

  

'Lista suja' do trabalho escravo  Foto: Agência Brasil

   

Itainópolis registrou o maior número de trabalhadores resgatados em uma única operação, com 30 pessoas. Teresina, Flores do Piauí, Canto do Buriti e Jerumenha também estão entre os municípios onde houve registros.

Funcionamento da “Lista Suja”

Criado em 2003, o Cadastro de Empregadores é atualizado a cada seis meses. A inclusão de nomes ocorre após o encerramento do processo administrativo, com decisão definitiva e o cumprimento do direito à ampla defesa em duas instâncias.

As ações de fiscalização são realizadas por auditores-fiscais do trabalho e podem contar com o apoio da Defensoria Pública da União, Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.

Após a inclusão, os nomes permanecem na lista por dois anos. Na atualização mais recente, 85 empregadores foram excluídos do cadastro após o cumprimento desse período.

Setores com maior número de casos

O setor de produção de carvão vegetal teve o maior número de empregadores incluídos na lista, com 22 casos — 12 em florestas plantadas e 10 em florestas nativas. Em seguida aparecem a criação de bovinos (17), extração de minerais (14), cultivo de café (11) e construção civil (11).