Motoristas e cobradores iniciaram, nesta segunda-feira (12), uma greve que afeta todo o sistema de transporte público da capital. Logo nas primeiras horas do dia, pontos de ônibus ficaram lotados e veículos alternativos cadastrados pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) passaram a circular para atender parte da população.
Esses veículos emergenciais, identificados com adesivo da Prefeitura de Teresina, operam com uma tarifa única de R$ 4. No entanto, a passagem não contempla gratuidade para idosos nem meia passagem para estudantes.
A paralisação é reflexo de uma crise que se arrasta há mais de cinco anos no setor. Na última sexta-feira (9), trabalhadores do transporte coletivo já haviam realizado duas paralisações parciais. Eles reivindicam reajuste salarial congelado há três anos e melhorias nos benefícios como o ticket-alimentação e o auxílio-saúde.
“Na sexta-feira, recebemos um pedido da Strans para não paralisarmos no sábado, e eles iriam debater com a categoria as reivindicações. No entanto, não houve proposta oficial da Strans. O que recebemos foi uma proposta não oficial do Setut, que sugeriu aumentar o salário do motorista, desde que aceitássemos a retirada dos cobradores. Não concordamos e vamos iniciar a greve”, afirmou Cláudio Gomes, secretário de imprensa do Sintetro.
Ainda na sexta, a Strans iniciou o cadastramento emergencial de veículos particulares para reforçar o atendimento à população durante a greve.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) informou que ingressou com medida cautelar na Justiça do Trabalho para garantir o funcionamento integral da frota nos horários de pico. A decisão judicial, assinada pela desembargadora Liana Ferraz de Carvalho, determinou que 80% da frota opere nos horários de maior demanda (das 6h às 9h e das 17h às 20h, de segunda a sexta-feira), e 40% nos demais períodos. O não cumprimento pode resultar em multa diária de R$ 50 mil.
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