A arqueóloga Niéde Guidon morreu na madrugada desta quarta-feira (4), aos 92 anos. Ela conduziu, por mais de cinco décadas, pesquisas na região do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, onde desenvolveu estudos voltados à ocupação humana nas Américas.

Natural de Jaú (SP), Guidon iniciou os trabalhos arqueológicos no Piauí nos anos 1970, coordenando escavações em parceria com instituições brasileiras e estrangeiras. A partir de vestígios encontrados na região, apresentou a hipótese de que a presença humana no continente americano seria mais antiga do que indicavam as teorias dominantes à época, chegando a propor ocupações com mais de 50 mil anos.
Atuação na Serra da Capivara
Ao longo dos anos, Guidon também esteve envolvida na criação e gestão de instituições voltadas à preservação e divulgação do patrimônio arqueológico, como o Museu do Homem Americano. O parque, localizado no semiárido piauiense, reúne centenas de sítios arqueológicos, muitos com pinturas rupestres.

Mesmo diante de limitações financeiras e administrativas, manteve a atuação contínua na região, articulando ações com entidades nacionais e internacionais para apoiar a manutenção das pesquisas e a conservação do parque.
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