O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), confirmou nesta quarta-feira (30) que pretende

contrair R$ 11 bilhões em novos empréstimos e que a maior parte desses recursos será usada para quitar dívidas anteriores do Estado. As propostas de operações de crédito foram enviadas à Assembleia Legislativa no dia 23 de abril e aguardam autorização dos deputados.
Do total, cerca de R$ 8,1 bilhões seriam destinados exclusivamente para o pagamento de passivos com instituições financeiras. A quitação seria feita com um parcelamento de até 35 anos e dois anos de carência. Os outros R$ 2,98 bilhões, contratados junto ao Banco do Brasil, seriam investidos em áreas como infraestrutura de transportes, segurança pública e transformação digital, segundo o governo.
Fonteles justificou os novos endividamentos como uma estratégia para “melhorar o perfil da dívida” e manter os níveis de investimento do Estado. “Com taxas menores, nós queremos continuar investindo mais de 15% da receita corrente líquida. São mais estradas, escolas, hospitais e equipamentos para a segurança pública”, afirmou.
Apesar da fala do governador, a prática de tomar empréstimos para pagar dívidas anteriores levanta alertas. Economistas ouvidos pela reportagem consideram a estratégia válida em determinados contextos, mas alertam que ela exige transparência, responsabilidade fiscal e clareza sobre os impactos futuros. A medida pode aliviar o caixa do governo atual, mas transfere obrigações para os próximos anos.
Outro ponto que gera críticas é a ausência de detalhamento sobre quais projetos, de fato, receberão os investimentos prometidos. Até o momento, o governo não apresentou publicamente um cronograma específico nem as metas de aplicação dos recursos.
A Assembleia Legislativa ainda deve analisar os três projetos. Se aprovados, o Estado poderá contratar os empréstimos já nos próximos meses.
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