Na manhã desta quarta-feira (14), o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) deflagrou a Operação Paralelo II, uma ação direcionada a desarticular uma complexa rede de falsificação de documentos públicos e privados. A operação resultou na prisão de 10 pessoas nas cidades de Timon, no Maranhão, e Teresina, no Piauí.
Entre os detidos, destaca-se um cabo da Polícia Militar do Maranhão, lotado no 11º Batalhão em Timon, que é acusado de encomendar documentos falsos para veículos. Durante a ação, foram encontradas em sua residência quatro armas e um veículo, que estão sendo investigados pelas autoridades. Além dele, foram presos um ex-funcionário do cartório de Timon e um servidor da Prefeitura de Timon.
A Operação Paralelo II é um desdobramento da primeira fase realizada em dezembro de 2023. Na fase inicial, Erlino Mendes de Oliveira foi condenado a 18 anos de prisão por crimes relacionados à falsificação de documentos. Nesta nova fase, seu filho, Erlino Júnior, também foi preso pelos mesmos crimes.
O esquema, que se estendia ao cartório do 1º Ofício de Timon, era liderado por Erlino Mendes Oliveira, proprietário da empresa Atlas Assessoria & Imóveis. Juntamente com ele, estavam envolvidos seu filho Erlino Júnior, um ex-funcionário do cartório e um cabo da PM do Maranhão. O promotor Francisco Fernando explicou que Erlino Mendes era procurado por diversas pessoas para diferentes tipos de fraude, incluindo adulteração de documentos de veículos e transferência de imóveis. “O filho dele também estava profundamente envolvido no esquema, atuando como um ‘estagiário do crime’ sob a orientação do pai”, afirmou o promotor.
De acordo com o promotor Francisco Meneses, do Gaeco, a operação revelou que o grupo envolvido falsificava uma ampla variedade de documentos, como RGs, CPFs, CNHs, certidões cartorárias, boletos de impostos e atestados médicos. Além disso, foram identificados casos de falsificação de documentos relacionados ao Exame de Ordem da OAB.
“O esquema operava com uma sofisticação impressionante. Em alguns casos, o grupo cobrava até R$ 60 mil por um serviço de falsificação. Os documentos falsificados incluíam QR codes que simulavam a veracidade das informações. Nos celulares apreendidos, encontramos negociações relacionadas à realização da prova da segunda fase da OAB, embora não possamos confirmar se a transação foi concretizada”, detalhou Meneses.
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