A operação Denarc 60, deflagrada na manhã desta sexta-feira (25) no Piauí e mais três, apreendeu 47 veículos e bloqueou R$ 200 milhões em contas de investigados por envolvimento em tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa, além de outros crimes.
À imprensa, o delegado-geral da Polícia Civil, Luccy Keiko, deu detalhes sobre a operação. O delegado contou que os alvos são membros de uma facção oriunda do Amazonas, denominada “Família do Norte”. Os indivíduos traziam entorpecentes da Bolívia para o Piauí.
Até o momento, 17 pessoas foram presas. Um dos principais alvos da operação foi identificado pela investigação como Gilberto Maione. Segundo o delegado, ele era responsável por lavar o dinheiro da facção e apontado como um dos líderes da organização criminosa. Os valores eram lavados em lojas de carros, roupas e de celulares.
“Foi preso hoje um indivíduo chamado Gilberto Maione, que é um dos que lavava dinheiro aqui. Ele já foi indiciado por mim em 2013 por receptação de roubou de celular e hoje ele está envolvido com facção, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro”, disse.
Além de Maione, outro envolvido no esquema criminoso foi identificado como Leandro dos Santos Chaves, vulgo “Velho Chico”. Ele é apontado como um dos líderes da facção e era responsável por trazer os entorpecentes das Bolívia, os distribuindo no Piauí.
“A investigação resultou em outras prisões em flagrante que ocorreram há alguns meses, a polícia analisou aquelas provas e identificou essa movimentação que não é interestadual, ela é internacional, já que um dos indivíduos investigados, conhecido como Velho Chico trazia a droga da Bolívia, passava por vários estados até chegar ao Piauí.. indivíduo que é oriundo da facção Família do Norte, do estado da Amazonas, trazia essa droga da Bolívia, entregava a droga para algumas pessoas no Piauí, que vendem essa droga e investem o dinheiro em lojas de carros, roupas, celulares para tentar dar licitude para os valores”, informou o delegado.
A operação Dernac 60, ao todo, cumpriu 26 mandados de prisão no Piauí, Amazonas, Pará e São Paulo e realizou o bloqueio de 14 empresas, sendo 9 delas fantasmas e 3 concessionárias.
“É uma organização criminosa bastante complexa, bem estruturada, com hierarquia. O Leandro é o líder, tomador de decisões e responsável por adquirir esse entorpecente no estrangeiro e distribuir em outros estados passando através do Amazonas, do Pará, Maranhão e Piauí e distribuindo em todo o Nordeste através de fretes, escondendo drogas em pneus”, explicou o delegado Jarbas Lima. Segundo o delegado, Leandro Santos Chaves era o líder da facção.
A facção ainda se organizava em núcleos de logística, transporte e lavagem de dinheiro. No total, 17 pessoas foram presas na operação em três estados. Somente no Piauí, 15 prisões foram realizadas.
“Também tinha oficina mecânica em Teresina para alterar os veículos para criar compartimentos secretos. Há um núcleo que é responsável pela lavagem de dinheiro, que utilizavam empresas de revendedora de veículos para fazer essa lavagem do dinheiro do tráfico. Há outra parte que é responsável pela logística e transporte, como um borracheiro preso em Timon que botava as drogas nesses pneus. Tinham os motoristas específicos para trazer esses veículos do Amazonas até Teresina e também os compradores de entorpecentes”, explicou Jarbas Lima.
Os membros da organização também produziam identidades falsas para dificultar a ação de autoridades, conta o delegado Samuel Silveira. Segundo, uma das pessoas presas com 3 documentos falsos foi a própria mãe de Leandro.
Ao todo, o grupo deve responder pelos crimes de organização criminosa, associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo, porte ilegal de arma de fog de uso restrito e falsificação de documentos.
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