Uma operação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resultou no resgate de 21 trabalhadores dos estados do Piauí e Ceará, encontrados em condições análogas à escravidão em um canteiro de obras em Serranópolis, Goiás. A empresa terceirizada responsável pela construção das unidades habitacionais foi denunciada por graves infrações trabalhistas.
De acordo com o MTE, Os trabalhadores, que foram recrutados estavam alojados em quatro barracos improvisados nas proximidades do canteiro, localizado a cerca de 400 km de Goiânia. Eles viviam em condições degradantes, dormindo no chão sobre colchões desgastados, sem acesso a camas, roupas de cama, ou a ambientes minimamente limpos. Além disso, eles não possuíam registro formal de emprego.
Durante a fiscalização, foram identificadas várias irregularidades que colocavam em risco a vida dos trabalhadores. A maioria não possuía registro em Carteira de Trabalho (CTPS), não havia controle da jornada de trabalho e o canteiro de obras operava sem condições adequadas de segurança. A falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), instalações sanitárias precárias, riscos de choques elétricos e quedas de altura, além da ausência de água potável, levaram ao embargo total da obra em 28 de agosto.
Após a operação, os trabalhadores resgatados receberam suas verbas rescisórias, totalizando cerca de R$252 mil. Eles também foram indenizados por danos morais individuais no valor de R$268 mil, pagos em três parcelas mensais. Além disso, o MTE concederá a cada trabalhador o Seguro-Desemprego de Trabalhador Resgatado, em três parcelas mensais de um salário mínimo (R$1.412,00) cada.
A empresa responsável será autuada pelas violações identificadas e poderá ser incluída na "Lista Suja" do MTE, que lista empregadores que submetem trabalhadores a condições análogas à escravidão. A operação, realizada entre 28 e 31 de agosto, contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Federal (PF).
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