Quarta, 18 de junho de 2025, 20:57
JUSTIÇA

OAB-PI pede à PF relatório sobre uso de celular por Tatiana Medeiros na prisão

Tatiana usava um iPhone 16 Pro Max desde o dia 7 de abril, data em que recebeu a visita de um advogado.

A Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí (OAB-PI), solicitou à Polícia Federal o relatório das mensagens e chamadas telefônicas que teriam sido realizadas pela vereadora Tatiana Medeiros (PSB) durante o período em que esteve presa no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar do Piauí (QCG-PM), em Teresina. A investigação aponta que a parlamentar utilizou um celular de forma irregular dentro da unidade, o que pode ter contado com a participação de advogados.

  

Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Piauí (OAB-PI), Raimundo Júnior. Foto: Reprodução.
   

Segundo o presidente da OAB-PI, Raimundo Júnior, o caso está sob apuração da Comissão de Ética e da Comissão de Prerrogativas. “Não vamos defender desvios éticos de nenhum colega advogado. A Ordem não tem compromisso com irregularidades”, afirmou o dirigente.

De acordo com laudo da Polícia Federal, Tatiana usava um iPhone 16 Pro Max desde o dia 7 de abril, data em que recebeu a visita de um advogado. O aparelho foi apreendido no dia 20 de maio, junto com um tablet. A análise do conteúdo revelou que a vereadora realizou ligações de vídeo, fez compras online e trocou mensagens com familiares, assessores e com o namorado — que cumpre pena em Minas Gerais e seria integrante de uma facção criminosa.

Inicialmente, a mãe da vereadora afirmou ter sido responsável por entregar o celular à filha. No entanto, a PF contesta essa versão e aponta que a entrega foi feita por um advogado. A situação levanta suspeitas sobre possível violação de deveres profissionais.

Prisão domiciliar concedida

Em 3 de junho, Tatiana teve a prisão preventiva convertida em prisão domiciliar. A decisão foi da juíza Júnia Maria Bezerra Fialho, da 1ª Zona Eleitoral de Teresina, com base em parecer favorável do Ministério Público Eleitoral. Entre as medidas impostas estão o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato com outros investigados e comparecimento mensal à Justiça.

  

Vereadora Tatiana Medeiros. Foto: Reprodução.
   

A parlamentar também está afastada do cargo durante o andamento da ação penal.

Caso Tatiana Medeiros

Tatiana Medeiros foi presa no dia 3 de abril durante a segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, da Polícia Federal. A investigação apura um suposto esquema de corrupção eleitoral envolvendo organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e peculato. Em 21 de maio, ela se tornou ré formalmente na Justiça Eleitoral.

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