O inquérito da Polícia Federal que levou à prisão da vereadora Tatiana Medeiros (PSB) por suspeita de envolvimento em um plano de lavagem de dinheiro aponta também a existência de um esquema de agiotagem operado pelo namorado e pelo padrasto da parlamentar. A política foi presa na manhã desta quinta-feira (3) em sua casa, na zona Leste de Teresina.
Como funcionava o esquema?
De acordo com o inquérito, o padrasto de Tatiana, Stênio Ferreira Santos, era responsável por arregimentar servidores da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) para pedirem empréstimos com Alandilson Cardoso, namorado de Tatiana, que também é investigado por lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
A Operação Escudo Eleitoral, deflagrada hoje, obteve conversas em um aplicativo de mensagens entre Stênio e Alandilson, em que o padrasto da vereadora divulga uma lista de servidores da Sesapi que estavam inadimplentes com os empréstimos, além de requisitar a concessão de novos valores a serem enviados a outros servidores interessados no esquema.
Dinheiro sujo financiou candidatura
Os valores repassados por Alandilson teriam origem ilícita em uma prática usada para lavar dinheiro, especialmente com o uso de contas bancárias de terceiros. Além disso, parte dos juros arrecadados no esquema de agiotagem seria repassada a Tatiana e à mãe da vereadora, Maria Odélia Medeiros, e então revertida para o financiamento ilícito da campanha eleitoral da parlamentar afastada.
Análise revelou grande movimentação de dinheiro
Consta ainda no inquérito que uma análise bancária revelou um fluxo financeiro intenso nas contas de Stênio Ferreira, principalmente em 2024, ano das eleições municipais. Naquele período, ele movimentou R$ 702.659,23 em créditos. O padrasto da vereadora também chegou a receber R$ 201.000 da ONG Instituto Vamos Juntos, pertencente a Tatiana, em época próxima às eleições daquele ano. O montante, segundo a PF, foi usado na cooptação de eleitores e na compra de votos.
Fonte: GP1
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