A defesa da vereadora Tatiana Medeiros (PSB) reforçou no segundo dia de audiência, que a principal prova contra ela — o relatório de inteligência financeira do COAF — foi obtida de maneira ilegal. Segundo o advogado Edson Araújo, o documento, usado pela Polícia Federal e pela Polícia Civil no inquérito, não contou com autorização judicial para sua coleta, o que tornaria sua utilização ilícita.
Araújo destacou que a discussão sobre a legalidade dessa prova está em curso nos tribunais superiores. Ele citou divergências entre ministros: enquanto Gilmar Mendes já entendeu que esse tipo de relatório exige aval judicial, Alexandre de Moraes teve entendimento diferente. A defesa defende que esse ponto será peça-chave na estratégia de absolvição.

No primeiro dia da audiência de instrução e julgamento do caso, foram ouvidos depoimentos decisivos — incluindo os dos delegados Daniel Araújo (PF) e Adília Klein (PC-PI), responsáveis pelas investigações. Esse primeiro bloco de oitivas durou cerca de 10 horas. A juíza Júnia Feitosa afirmou que a previsão é ouvir cerca de 20 pessoas até sexta-feira (28).
O processo envolve acusações sérias: a Operação Escudo Eleitoral aponta que Tatiana pode ter laços com a facção “Bonde dos 40” e recebido mais de R$ 1 milhão para sua campanha. A defesa, no entanto, sustenta que as provas fundamentais foram obtidas de forma irregular, e Tatiana mantém confiança de que a Justiça avaliará a legalidade desse material.

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