O senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, fez fortes críticas ao Partido dos Trabalhadores (PT) devido ao posicionamento da sigla diante da reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela. A oposição agora planeja solicitar a convocação do ministro das Relações Exteriores no Senado para que explique a postura do Brasil em relação ao resultado eleitoral.

Segundo Nogueira, o PT acusa os adversários de serem golpistas no Brasil, mas apoia Maduro, mesmo sem o reconhecimento do resultado por parte da Organização dos Estados Americanos (OEA). “O PT chama os adversários de golpistas no Brasil, mas para o ditador Maduro assinou nota e balançou o rabo para um resultado que nem a OEA reconhece. O PT golpista manda recado para o mundo que é contra a democracia. Mas o PT e o governo não falam pelos brasileiros. Defendemos a democracia aqui e no mundo”, afirmou o senador em sua conta no Twitter.
No último domingo (28), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Nicolás Maduro como vencedor das eleições, com 5,15 milhões de votos (51,2%). Maduro declarou o resultado como “irreversível” e se prepara para iniciar seu terceiro mandato, que vai até 2031.
O Partido dos Trabalhadores divulgou uma nota classificando o processo eleitoral venezuelano como uma “jornada pacífica, democrática e soberana”. O partido também ressaltou seu compromisso em contribuir para que os problemas da América Latina e Caribe sejam resolvidos pelos próprios povos da região, sem interferência externa.

Apesar do posicionamento oficial do PT, o presidente Lula, principal figura do partido, ainda não se pronunciou sobre o resultado das eleições. Em resposta, Ciro Nogueira anunciou que, “diante da omissão”, proporá a convocação do ministro das Relações Exteriores no Senado. “Diante da omissão, do silêncio, da conivência e da falta de reação perante o novo golpe perpetrado por Maduro em sua ditadura na Venezuela, vamos propor a convocação do ministro das Relações Exteriores no Senado com urgência. Para tentar explicar o inexplicável”, pontuou Nogueira.
A eleição venezuelana foi acompanhada por diversos observadores internacionais, incluindo o ex-chanceler Celso Amorim, responsável por monitorar o pleito em nome do Brasil. Durante a campanha, Maduro alertou que, caso não vencesse, a Venezuela poderia enfrentar uma guerra civil, incluindo um “banho de sangue”.
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