Sexta, 05 de dezembro de 2025, 08:07
RENUNCIA

Fernando Lima renuncia à presidência da CPI do Lixo e aponta falhas no relatório final

Vereador deixou o comando da comissão após discordar do relatório final e apontar inconsistências na análise dos contratos de limpeza.


O vereador Fernando Lima renunciou nesta terça-feira (2) à presidência da CPI do Lixo, instalada na Câmara Municipal de Teresina para investigar contratos emergenciais de limpeza firmados na gestão do prefeito Dr. Pessoa. A decisão ocorreu após o parlamentar votar contra o relatório final apresentado pela comissão.

Lima afirmou que foi voto vencido durante a deliberação e disse que o documento aprovado pela maioria dos membros — entre eles o relator Deolindo Moura, além de Luis André e James Guerra — não refletiu o que foi constatado ao longo das oitivas e na análise dos documentos oficiais.

  

Vereador Fernando Lima Reprodução/ Central Piauí

 

“Esse relatório não condiz com a realidade do que foi apresentado. Há pontos que não foram considerados, como a diferença nos valores do lixo inerte e não inerte, que deveria girar em torno de R$ 56 em comparação a outras capitais, mas aqui chegou a R$ 159. Também não foi incluído o que foi dito pelo diretor de infraestrutura do Tribunal de Contas do Estado. São inconsistências que me fizeram votar contra e renunciar à presidência da CPI para não assinar o relatório”, declarou o vereador.

Fernando Lima também citou suposto direcionamento na licitação lançada na gestão passada, afirmando que o edital restringia a participação de empresas ao indicar que apenas dois Aterros de Transbordo estavam aptos a emitir declarações — o que, segundo ele, limitava a concorrência.

Já o relator da CPI, vereador Deolindo Moura, afirmou que parte do material disponibilizado pela comissão apresentava dificuldades técnicas e inconsistências, o que impactou o trabalho de análise. Segundo ele, vários documentos vieram incompletos ou com problemas de acesso.

  

Vereador Deolindo Moura Reprodução/Central Piauí

 

“Algumas pastas não abriam, outras não tinham informações suficientes. Não é possível elaborar conclusões sólidas sem referências confiáveis. Por isso, encaminhei minhas considerações ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, que têm estrutura técnica capaz de aprofundar essa avaliação”, explicou.

Moura também comentou críticas sobre comparações feitas entre Teresina e outras capitais nos custos do serviço de limpeza urbana. Para ele, análises desse tipo precisam considerar diferenças territoriais e estruturais: “Teresina tem uma extensão territorial maior que a de São Paulo. Não dá para comparar diretamente realidades totalmente diferentes”.

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