O deputado estadual Gessivaldo Isaías (Republicanos) pediu vista do projeto de lei do Governo do Estado que propõe a criação da nova Secretaria do Trabalho. O pedido ocorreu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Piauí e gerou interpretações de que se tratava de uma tentativa de postergar a criação da pasta, que deve abrigar o ex-presidente da Agespisa e pré-candidato a deputado federal, Zé Santana.

Em entrevista ao Central Piauí, o parlamentar negou qualquer manobra política e afirmou que a solicitação é um procedimento normal no trâmite legislativo. Segundo Gessivaldo, o objetivo foi analisar o conteúdo da proposta para compreender o funcionamento da nova secretaria. Ele, que já comandou a antiga Secretaria do Trabalho entre 2015 e 2018, avaliou como positiva a recriação da pasta.

“Eu fui secretário em 2015 e queria entender a finalidade da criação da secretaria. Ela tem papel importante na geração de emprego e renda. A secretaria, na época, trabalhava com qualificação profissional, com o SINE (Sistema Nacional de Emprego) e com pequenos empréstimos. Só queria ver o contexto para saber se era isso que estava voltando”, explicou o deputado.

O parlamentar afirmou que já leu o projeto e concorda com sua aprovação, declarando que deve devolver o pedido de vista na próxima reunião da CCJ para que a proposta siga sua tramitação. Ele destacou ainda que a nova secretaria poderá reaproveitar servidores efetivos e a estrutura física da pasta extinta, além de retomar programas voltados à empregabilidade e economia solidária.

O deputado também recordou sua gestão à frente do SINE, afirmando que mais de 10 mil pessoas foram inseridas no mercado de trabalho no período em que comandou o órgão. Segundo ele, o retorno da Secretaria do Trabalho representa uma medida positiva para o “subalterno”, em referência à população de baixa renda que busca acesso a empregos e qualificação.

A proposta do governo inclui ainda a transformação da Coordenadoria de Comunicação em uma nova secretaria, o que amplia o escopo da reestruturação administrativa em curso. A expectativa é que, após aprovação na CCJ e no plenário, a nova pasta seja oficialmente criada por decreto publicado no Diário Oficial.