Em entrevista concedida nesta quarta-feira (1º) no Palácio de Karnak, o governador Rafael Fonteles (PT) afirmou não ver nada de anormal em aparecer em fotos ao lado do médico e empresário Bruno Santos Leal Campos, preso durante a Operação OMNI, deflagrada pela Polícia Federal.
“Eu tenho fotos com muitas pessoas, muitos empresários que tenham relação com o governo ou não tenham. Eu sou uma pessoa pública, é absolutamente normal”, disse o governador ao comentar os registros que circulam nas redes sociais.

Além de empresário, Bruno Santos é vice-presidente do LIDE Piauí e já participou de agendas oficiais e viagens internacionais ao lado do governador. Ele também aparece em registros em momentos de lazer com Rafael Fonteles e a primeira-dama.
Nos bastidores, há comentários de que o governador teria ligação com o Clube Atlético Piauiense, equipe de futebol recém-criada no Estado, onde Bruno atua no departamento médico.
Entenda o caso
A Operação OMNI, deflagrada na terça-feira (30), apura fraudes em contratos milionários da saúde pública do Piauí. Entre os presos está Bruno Santos, sócio da empresa Big Data Health Ltda, que firmou acordos de alto valor com o Estado.
Em 2024, a Big Data Health fechou contrato de R$ 54,1 milhões com a Secretaria de Saúde (Sesapi) para implantação de um software de gestão hospitalar, valor posteriormente atualizado para R$ 108,3 milhões. No mesmo ano, a empresa assinou outro contrato de R$ 9,1 milhões com a Secretaria de Segurança Pública. Já em 2025, foi registrado novo processo de R$ 40,2 milhões na mesma área.
Segundo a PF, o grupo utilizava empresas de fachada e “laranjas” para dar aparência de legalidade às contratações, desviando recursos por meio de superfaturamento, manipulação de licitações e lavagem de dinheiro.
A ação da Polícia Federal cumpriu 22 mandados de busca e apreensão em Teresina, Timon (MA), Araguaína (TO), Brasília (DF), Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Curitiba (PR). A Justiça Federal determinou a suspensão de contratos da Sesapi e o afastamento de um servidor suspeito de envolvimento no esquema.
As investigações apontam irregularidades na gestão do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba, e em contratos de softwares de gestão hospitalar. Denúncias recebidas pelo Ministério Público Federal e pela CGU deram início ao caso, que investiga crimes como superfaturamento, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e conflito de interesses.

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