A Câmara Municipal de Teresina adiou nesta quarta-feira (28) a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende apurar um rombo estimado em R$ 3 bilhões nas contas da Prefeitura. A ausência de quórum mínimo apenas quatro dos 29 vereadores compareceram impediu a formalização da comissão, agora prevista para ser composta na próxima semana.
O prefeito Silvio Mendes (União Brasil) afirmou ser favorável à abertura das investigações, mas alertou para os riscos de politização do processo. “A CPI, se for bem usada e bem conduzida, terá resultado. Se for apenas um palanque político, é melhor não fazer. Mas eu acho que deve apurar, sim. O que está errado é da conta de todos nós”, disse em entrevista.
A proposta da CPI partiu de um grupo de vereadores da base e da oposição, que pressionam por maior transparência sobre o desequilíbrio fiscal acumulado ao longo dos últimos anos. A Prefeitura sustenta que parte do rombo se deve a gestões anteriores e a decisões judiciais que impactaram o caixa do município.
Segundo o prefeito, os documentos também devem ser compartilhados com a Câmara Municipal. “Temos que punir quem desviou dinheiro público. Isso é crime e não pode ter impunidade. Cabe o encaminhamento do Tribunal de Contas e será encaminhado também para providências na Câmara”, afirmou Mendes.
A CPI deve enfrentar resistência dentro do próprio Legislativo, onde há divergências sobre o escopo da investigação e sobre os nomes que devem compor a comissão. Parte dos vereadores vê na CPI uma chance de pressionar politicamente a gestão municipal, a menos de cinco meses das eleições.
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