O secretário de Assistência e Defesa Agropecuária do Piauí, Fábio Abreu, afirmou que o Projeto Sertão Vivo deve promover uma transformação na vida de pequenos produtores rurais piauienses. O programa, executado em parceria com instituições nacionais e internacionais, busca fortalecer a agricultura familiar e ampliar a segurança alimentar nas regiões semiáridas do estado.
Em entrevista ao Central Piauí, o gestor explicou que o Sertão Vivo é voltado à resiliência climática e à adaptação produtiva das comunidades do semiárido, com foco em soluções sustentáveis e de baixo custo.

“O Sertão Vivo é um programa voltado para a questão da resiliência climática, adequar determinadas atividades à região onde as pessoas vivem e sobrevivem. Ele é focado na produção, com orientação técnica e assistência, principalmente das escolas de formação agrícola, que serão as grandes difusoras desses conhecimentos”, explicou secretário.
O secretário informou que 90 municípios piauienses serão contemplados inicialmente pelo programa. Entre as ações previstas estão a instalação de cisternas de produção, com capacidade para 52 mil litros de água, utilizadas para pequenas irrigações e o incentivo aos quintais produtivos, que incluem a criação de peixes, hortas, minhocários e barragens subterrâneas.

“Nós entendemos que o projeto muda a realidade das famílias, principalmente com os quintais produtivos, que incentivam as pessoas a produzirem na sua própria casa, no seu próprio quintal”, afirmou o secretário.
O Sertão Vivo é financiado com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), com contrapartida do Governo do Estado.
Outras iniciativas da SADA
Fábio Abreu destacou que o Sertão Vivo é apenas uma das frentes da SADA voltadas ao fortalecimento da agricultura familiar. Ele citou o Programa Piauí Sustentável, o Piauí Mais Genética e o Fomento Rural, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS).
“O Piauí Sustentável, por exemplo, também trabalha com quintais produtivos, passagens molhadas e projetos que recebem, em média, R$ 300 mil, como pequenas fábricas de cajuína ou mel. Já o Piauí Mais Genética incentiva o melhoramento genético e a inseminação artificial no rebanho”, explicou.
Esses projetos têm o objetivo de gerar autonomia econômica às famílias e estimular o empreendedorismo rural, permitindo que o produtor consuma o que cultiva e venda o excedente.
Garantia de compra da produção
Durante a entrevista, o secretário também reforçou que há mercados garantidos para quem decide investir na produção familiar.
“Nós temos associações e programas de compras públicas que adquirem toda a produção. A merenda escolar, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa de Alimentação Saudável (PAIS) são exemplos. Então, quem produz, vende. Não há risco de ficar com o produto parado”, pontuou.
Segundo ele, o foco principal é fortalecer o consumo familiar e contribuir para a erradicação da fome no estado.
“Ainda temos pessoas passando fome, mas já reduzimos bastante. E vamos continuar nessa pegada para que o Piauí não volte à realidade da fome”, concluiu o secretário.

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