Nesta segunda-feira (12), o prefeito de Teresina, Sílvio Mendes (União), questionado sobre a crise no transporte público, afirmou que a Strans vem fazendo o que é possível ao cadastrar novos veículos para suprir a demanda nas ruas. Segundo o gestor, a Prefeitura não possui mais recursos a serem investidos na área, dada a recente situação financeira da cidade, que inclui um rombo bilionário nos cofres e uma situação de calamidade na saúde do município.
“Nós temos uma dificuldade financeira, uma situação de calamidade e com dívidas elevadíssimas, então não tem dinheiro para aumentar o subsídio ao transporte coletivo. Ela tomou providências, a Strans, cadastrou ônibus e vans e o que mais for necessário para diminuir o prejuízo da população, vamos ver o que se resolve”, comentou o prefeito da capital.
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) solicitou que motoristas e cobradores cumpram a determinação judicial dada na última sexta-feira (9) pela desembargadora Liana Ferraz de Carvalho, que estabelece que 80% da frota deve operar em horários de pico e 40% nos demais horários, sob pena de multa diária em caso de descumprimento. O Setut afirma que a medida não vem sendo cumprida pela categoria.
“No horário entre pico, deveria estar circulando em torno de 100 a 110 veículos. E, na observação do GPS, não há nem 30 veículos circulando. Então, há um descumprimento. Vamos informar a situação à Justiça do Trabalho, e tudo está sendo comprovado por meio dos GPS”, declarou Nayara Moraes, advogada do Setut.
A advogada esclarece que o Setut reconhece a luta e reivindicação dos trabalhadores por melhorias nas condições de trabalho, porém, segundo ela, essas melhorias acabam sendo desproporcionais à realidade, dado a queda superior a 70% no número de passageiros que o sistema vem apresentando.
“As pessoas passaram a se locomover de outras formas. Quem está circulando utiliza a gratuidade, que precisa ser subsidiada pelo Estado e pela Prefeitura de Teresina”, disse.
O Setut apresentou uma proposta para prorrogar a convenção dos motoristas e cobradores por mais dois anos, mantendo o ticket de alimentação e o plano de saúde nos valores atuais. Enquanto isso, o Strans vem realizando o cadastramento de veículos alternativos como maneira de suprir a demanda no transporte público enquanto durar a greve, com dezenas de veículos cadastrados até o momento.
“Durante a manhã, não constatamos o cumprimento da medida. Apuramos o número de ônibus que estão rodando; pela manhã, contabilizamos 18, mas esse número ainda não é oficial. Fizemos o cadastramento de veículos emergenciais e estamos com uma ordem de serviço provisória para mitigar os efeitos da greve”, disse Adriano Barreto, diretor de transporte público da Strans. Ele acrescenta que será cobrado o valor integral de R$ 4,00 pela passagem nesses ônibus, em razão da ausência de um sistema eletrônico de bilhetagem nos veículos.
Com a deflagração da greve, o Sintetro vem reivindicando um reajuste salarial, que, segundo a categoria, não é feito há três anos. A organização solicita um reajuste de 15% no salário mínimo de todos os trabalhadores, o ticket no valor de R$ 900,00 e o reajuste no plano de saúde em R$ 150,00.
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