O prefeito de Teresina, Silvio Mendes (União Brasil), deverá comparecer à Câmara Municipal para prestar esclarecimentos sobre a crise fiscal enfrentada pela gestão. O pedido foi apresentado pelo vereador Dudu (PT), que defende que o chefe do Executivo explique diretamente no plenário o suposto colapso financeiro da Prefeitura.
"Vamos convidar o prefeito para vir a essa Casa. Não se trata de uma comissão ir até ele, é ele quem deve vir até aqui e dar explicações. Poderíamos convocá-lo, mas não é o caso", afirmou o parlamentar.
O requerimento teve apoio de outros vereadores, como Fernando Lima (PDT), que cobraram dados concretos sobre o impacto das medidas anunciadas. “A Prefeitura fala em crise, mas não corta gastos. A folha de terceirizados segue intacta, o valor destinado à limpeza pública permanece alto. A Câmara precisa ter acesso às informações para exercer seu papel fiscalizador”, disse.
Em entrevista coletiva concedida no dia 5 de maio, Mendes afirmou que auditorias internas identificaram um rombo de R$ 1 bilhão nas contas da Prefeitura, atribuído à gestão anterior, do ex-prefeito Dr. Pessoa (Republicanos). Segundo ele, a previsão inicial era de um déficit de R$ 500 milhões, mas o valor teria dobrado após análise de contratos e despesas acumuladas.
Para enfrentar o cenário, foi criada uma comissão com cinco secretários — das pastas de Finanças, Planejamento, Administração, Saúde e Educação que terá até 15 dias para apresentar um relatório com ações para reequilibrar as finanças municipais.
“O enxugamento da máquina, com extinção de secretarias e corte de cargos comissionados, não foi suficiente. Muitos processos não têm amparo técnico para serem pagos. Encaminhamos tudo ao Tribunal de Contas e aguardaremos manifestação. Só será pago o que for legal e devido”, disse o prefeito durante a entrevista.
MEDIDAS TOMADAS PELA GESTÃO
Entre as medidas adotadas até o momento, estão a redução de R$ 4 milhões nas despesas com limpeza pública, anunciada em março, e uma reforma administrativa que extinguiu secretarias e eliminou 301 cargos comissionados, com economia estimada em R$ 12 milhões ao ano. A Prefeitura também unificou as Superintendências de Ações Administrativas Descentralizadas (SAADs), que antes operavam de forma setorizada.
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