A audiência envolvendo Tatiana Medeiros e Alandilson Cardoso Passos foi concluída na tarde desta sexta-feira (28). Durante o depoimento, Alandilson falou por cerca de 20 minutos e permaneceu em silêncio diante das perguntas da acusação. Ele responde por associação criminosa e lavagem de dinheiro, mas sua defesa afirma que não há qualquer prova de vínculo com facções.
À saída da audiência, o advogado Wildes Próspero reforçou que seu cliente é réu primário e nunca respondeu a processos criminais antes da investigação ligada à Justiça Eleitoral. Ele também contestou a tese de que Alandilson teria financiado atividades ilícitas na campanha de Tatiana, citando pontos do inquérito que, segundo ele, mostram inconsistências na acusação.
O advogado afirmou que parte da investigação buscou relação entre a votação de Tatiana e áreas de atuação do Bonde dos 40, mas destacou que a maior parte dos votos ocorreu na zona Norte, onde atua outro grupo criminoso. Para ele, não há elementos que indiquem a participação de Alandilson na facção, ponto que teria sido reconhecido pela delegada responsável pela Operação Denarc 64 durante a audiência.
A defesa aguarda agora a análise do Supremo Tribunal Federal sobre a legalidade das provas usadas no caso. O recurso questiona o uso de dados do COAF, obtidos sem autorização judicial após movimentações suspeitas nas contas de Alandilson e pessoas próximas. Se o STF considerar o material inválido, o julgamento poderá ser anulado.