O Piauí continua entre os estados com maior proporção de domicílios em situação de insegurança alimentar, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (10). A pesquisa faz parte do módulo Segurança Alimentar da PNAD Contínua 2024, realizada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Segundo o levantamento, 34,8% dos lares nordestinos convivem com algum grau de insegurança alimentar, e o Piauí acompanha essa tendência regional, com um percentual superior à média nacional, que foi de 24,2%. O dado representa uma leve melhora em relação ao ano anterior, quando o índice era de 27,6% no país.
O estudo mostra que a insegurança alimentar grave, quando a fome passa a ser realidade dentro de casa, atinge 4,8% dos domicílios nordestinos, enquanto no Norte esse número chega a 6,3%. No Piauí, o cenário é mais preocupante nas áreas rurais, onde a proporção de famílias com dificuldade de acesso a alimentos é bem maior que nas zonas urbanas.
Outro dado que chama atenção é o perfil dos lares afetados: a maioria é chefiada por mulheres e pessoas pardas, com baixa escolaridade e renda de até um salário mínimo per capita. No país, 59,9% dos lares com insegurança alimentar tinham mulheres como responsáveis e 54,7% eram chefiados por pessoas pardas.
A pesquisa também aponta que dois em cada três domicílios com renda de até um salário mínimo enfrentam algum grau de insegurança alimentar. Entre as famílias com renda superior a dois salários mínimos, a proporção cai para menos de 8%.
Apesar da redução nacional, a fome ainda é uma realidade para milhões de brasileiros, especialmente nas regiões mais pobres do país. No Nordeste, o IBGE registrou cerca de 7,2 milhões de domicílios em insegurança alimentar, sendo o Piauí um dos estados com índices mais altos em relação à média nacional.