A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (28) a Operação Bazófia, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias e lavagem de dinheiro. O grupo tinha como foco principal os recursos do Auxílio Emergencial, gerido pela Caixa Econômica Federal, e praticava golpes por meio de operações bancárias fraudulentas.
A ação foi executada nas cidades de Teresina (PI) e Bacabal (MA), com o cumprimento de 14 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão, todos expedidos pela 1ª Vara Federal do Piauí. Aproximadamente 90 policiais federais participaram da operação.
Os principais alvos
Entre os investigados está o policial militar do Maranhão, Gonçalo Matos de Aguiar Neto, que foi preso juntamente com seu irmão, Ricardo Rômulo de Sousa, e o pai, cujo nome não foi divulgado. Em coletiva de imprensa, o delegado da PF, Eduardo Monteiro, explicou que o trio está diretamente envolvido no esquema.
“Foi preso hoje o PM, o pai e o irmão. Até o momento, eles estão envolvidos no processo de lavagem de dinheiro, mas ainda não identificamos em qual etapa da fraude eles atuavam. O que já sabemos é que eles receberam grandes somas provenientes do esquema”, detalhou o delegado.
Como funcionava o esquema
As investigações apontaram que a organização criminosa acessava contas de beneficiários do Auxílio Emergencial para realizar o pagamento de boletos fraudulentos. O dinheiro era transferido por meio de várias transações até ser depositado em contas de “laranjas”, que posteriormente faziam saques e outros depósitos.
Um dos métodos de lavagem de dinheiro envolvia o uso de empresas de fachada, criadas com o único propósito de justificar a origem dos recursos desviados.
Entre os itens apreendidos pela PF estavam:
- Carros de luxo
- Joias
- Uma arma de fogo
- Dinheiro em espécie
- Um jet ski
A polícia também identificou pelo menos 2.000 chips de celular associados aos investigados, utilizados para aplicar os golpes e dificultar o rastreamento.
Escritório do crime
A organização mantinha um “escritório do crime” em Bacabal (MA), que funcionava como uma central para coletar os dados das vítimas e aplicar os golpes. Durante as buscas, a PF encontrou uma planilha detalhada contendo o nome de oito pessoas responsáveis por realizar ligações fraudulentas.
“Os presos são jovens de 20 a 40 anos que levavam uma vida de ostentação, incompatível com suas rendas. Eles circulavam em carros de luxo e frequentavam festas e boates, exibindo bens adquiridos com o dinheiro desviado”, explicou o delegado Eduardo Monteiro.
Impacto e continuidade das investigações
A PF ainda não conseguiu determinar o valor exato do prejuízo causado pelo esquema, mas as evidências apontam para desvios milionários. Além do furto qualificado e da lavagem de dinheiro, os suspeitos poderão responder por invasão de dispositivo eletrônico e organização criminosa.
Os detidos foram encaminhados ao sistema prisional e passarão por audiência de custódia nos próximos dias. A investigação continua em andamento, com foco em identificar todos os envolvidos e a extensão do esquema fraudulento.
A Caixa Econômica Federal e os beneficiários prejudicados serão comunicados oficialmente para que as providências cabíveis sejam tomadas.