Os norte-americanos foram às urnas nesta terça-feira (05) para escolher quem governará a maior potência econômica do mundo pelos próximos quatro anos. A disputa entre Donald Trump e Kamala Harris promete ser acirrada, de acordo com pesquisas.
A votação teve início nesta manhã (07) e deve terminar a partir das 20h. No entanto, ao contrário da apuração dos votos no Brasil, que geralmente é revelada na mesma noite, os primeiros resultados nos Estados Unidos devem demorar mais de um dia para serem divulgados. Nos EUA, a contagem é realizada por meio de votos impressos.
O QUE MUDA EM RELAÇÃO À ECONOMIA?
As expectativas com a disputa pela Casa Branca movimentaram os mercados nos últimos dias e chegaram a elevar o dólar a níveis não vistos há mais de quatro anos, segundo especialistas. Na última sexta-feira (01), o dólar à vista fechou em alta de 1,53%, cotado a R$ 5,86 para compra e R$ 5,87 para venda.
O acirramento da disputa é outro fator que dá peso extra à eleição e chama a atenção dos mercados em todo o mundo.
Especialistas avaliam que a política externa deverá se manter semelhante, independente do vencedor. Isso porque os EUA costumam ter uma política internacional de Estado, que é pouco sujeita a mudanças bruscas de rota.
A guerra comercial contra a China, portanto, deverá ser mantida. Isso poderá se tornar um ponto de tensão para a relação com o Brasil, pois o país asiático, considerado um adversário dos EUA, é desde 2009 o maior parceiro comercial do Brasil e também parceiro no âmbito dos BRICS, grupo que reúne potências emergentes.
Assim como em seu primeiro mandato, Trump poderá adotar políticas econômicas ainda mais agressivas em relação a Pequim, na tentativa de barrar a expansão daquela economia.
Não há, por enquanto, nenhum projeto ou acordo comercial previsto para a gestão de Joe Biden ou mesmo para uma possível futura gestão de Trump ou Harris em relação à América Latina, ou mais especificamente, ao Brasil.
No entanto, há quem defenda que as exportações do Brasil podem ser afetadas em uma possível vitória do republicano. É o que explica Volnei Eyng em entrevista ao site Metrópoles. Segundo o especialista, esse cenário pode ser influenciado pelas políticas de Trump que limitam as negociações com países emergentes.
“Se o governo brasileiro não melhorar essa situação fiscal, o dólar pode chegar a R$ 6. Para conter essa alta, é fundamental controlar os gastos públicos e, se necessário, o Banco Central ser mais rigoroso em relação à alta dos juros para se ter uma compensação sobre as moedas”, analisa o economista.