O deputado estadual Henrique Pires (MDB) criticou a demora do Governo do Piauí em executar projetos voltados para o combate à falta d’água em municípios do estado. Durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, nesta semana, o parlamentar demonstrou frustração com o fato de o estudo que deveria viabilizar a transposição das águas do Rio São Francisco para o Piauí ainda não ter saído do papel, mesmo após uma década.
A manifestação ocorreu após o deputado Franzé Silva (PT) anunciar a inclusão do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que garante o início de novas etapas do projeto sob coordenação do Governo Federal.
Henrique Pires lembrou que, em 2016, quando presidia a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), destinou R$ 16 milhões para a execução do estudo, mas o governo estadual não conseguiu colocá-lo em prática.
“Graças a Deus que esse EVTEA está sendo feito pelo ministério, porque, em 2016, esse colega seu colocou R$ 16 milhões. Você acredita que se passaram dez anos e a Defesa Civil do Estado do Piauí, vários secretários, junto com a Funasa, nunca conseguiram colocar isso à frente?”, afirmou o deputado durante a sessão.
Apesar das críticas, o emedebista destacou que a inclusão do projeto no PAC representa um avanço e pode garantir que o estudo seja finalmente concluído.
“Peço a Deus e tenho convicção que, fazendo pelo ministério, esse estudo será feito. É uma infelicidade o Estado ter deixado passar tanto tempo sem agir”, completou.
Em entrevista ao Central Piauí, Henrique Pires reforçou que o objetivo da iniciativa é perenizar o Rio Piauí e garantir o abastecimento de 42 municípios do semiárido, e lamentou a perda do orçamento destinado ao projeto.
“O que o Franzé quer, o que o Henrique Pires sempre quis e o que o Alberto Silva queria é que a água chegasse à nascente do Rio Piauí. Porque a água chegando à nascente, você pereniza o rio e atende 42 municípios que são dos mais sofridos do Estado. Infelizmente, o governo do Piauí não conseguiu nem iniciar o estudo. Foi um orçamento que coloquei enquanto presidente da Funasa, e até hoje está perdido”, disse.
O projeto de transposição tem como objetivo levar água do rio São Francisco e de outras bacias para abastecer municípios do semiárido piauiense. A expectativa é que, com o EVTEA sob coordenação do Governo Federal, o estudo avance para a fase de execução nos próximos anos.