Prefeito e vice de Monte Alegre do Piauí têm mandatos cassados por coagir eleitores

A investigação apurou que, às vésperas da eleição, no dia 30 de setembro de 2024, os então candidatos, acompanhados de seguranças armados.

O prefeito Dijalma Gomes Mascarenhas e o vice-prefeito Clézio Gomes da Silva, eleitos em Monte Alegre do Piauí, tiveram os diplomas cassados pela Justiça Eleitoral. A decisão, assinada pelo juiz Antônio Fábio Fonseca de Oliveira, da 35ª Zona Eleitoral de Gilbués, foi publicada na última sexta-feira (25).

  

prefeito Dijalma Gomes Mascarenhas e o vice-prefeito Clézio Gomes da Silva 
   

De acordo com a sentença, a dupla foi condenada por abuso de poder político e compra de votos durante a campanha municipal de 2024. O magistrado considerou que as práticas identificadas comprometeram a liberdade de escolha dos eleitores e a legitimidade do processo eleitoral.

A investigação apurou que, às vésperas da eleição, no dia 30 de setembro de 2024, os então candidatos, acompanhados de seguranças armados, coagiram moradores na comunidade Riacho Morto. Um casal, identificado como Denize Alves Dantas e Jerrisson Ferreira Pereira, relatou ter sido ameaçado de despejo e demissão caso não declarasse apoio à chapa.

Ainda conforme a decisão, o prefeito também teria prometido a escritura de um imóvel público em troca de votos. O juiz classificou o conjunto de provas como “robusto e consistente”, destacando que houve retaliação após o resultado das urnas — o irmão de Denize, Devite Rodrigues de Sousa Neto, foi retirado da folha de pagamento da prefeitura logo após a eleição.

Com a decisão, além da cassação dos mandatos, Dijalma e Clézio ficam inelegíveis por oito anos, contados a partir de 2024. O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) deve ser comunicado para dar início ao processo de novas eleições no município.

O Portal Central Piauí tentou contato com o prefeito para comentar o caso, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.