Investigada na Operação Gabinete de Ouro, a ex-chefe de gabinete da Prefeitura de Teresina, Suelene Pessoa, conhecida como Sol, foi coagida a não prestar novas declarações sobre o que ocorria na gestão do ex-prefeito Dr. Pessoa. Segundo informações repassadas à Polícia Civil, a visita teria partido de um advogado, ainda não identificado, a mando da ex-primeira-dama de Teresina, Samara Conceição.
O caso foi encaminhado ao delegado Ferdinando Martins, coordenador do Deccor, que conduz as investigações sobre o suposto esquema de corrupção na antiga gestão municipal.
Em entrevista anterior ao Central Piauí, a defesa de Sol, representada pelo advogado Djalma Filho, afirmou que a cliente está disposta a colaborar integralmente com as autoridades e deve prestar novos depoimentos.
Nesta semana, o advogado reforçou a postura de colaboração e comentou sobre a tentativa de intimidação:
“Ela não mudará de ideia sobre coisa alguma. Não gostou da visita não autorizada. E ninguém a subestime ou tente atemorizar. Não conseguirá”, declarou.
Suelene Pessoa foi solta na manhã de domingo (19), após o fim do prazo da prisão temporária decretada durante a Operação Gabinete de Ouro, que apura desvios de recursos públicos e cobrança de propina em contratos e nomeações na Prefeitura de Teresina entre 2021 e 2024.
A ex-assessora havia sido presa na segunda-feira (14), e é apontada pelos investigadores como peça-chave do esquema que teria movimentado milhões de reais por meio de licitações irregulares e rachadinhas envolvendo servidores terceirizados.
A defesa nega as acusações e reiterou que Sol está colaborando com a Polícia Civil, inclusive com a possibilidade de celebrar uma delação premiada para contribuir com as investigações.