Segunda, 17 de fevereiro de 2025, 17:45
FALSIFICAÇÃO

“Família do crime” é presa pela DRACO no Piauí por estelionato

A quadrilha foi descoberta após a denúncia de um comerciante em Altos.

Na noite desta terça-feira (29), um grupo de dez pessoas, sendo elas seis homens e quatro mulheres, foram presas suspeitas de envolvimento em um esquema de estelionato no Piauí. O grupo é originário do Paraná e mais conhecido como "família do crime", devido aos laços familiares entre integrantes. Eles aplicavam golpes em Teresina e na região metropolitana, além de outros estados.

  

Família do crime é presa por estelionato no Piauí
Foto: Divulgação SSP-PI

   

A quadrilha foi descoberta após a denúncia de um comerciante em Altos, que suspeitou da venda de máquinas e equipamentos agrícolas a preços muito abaixo do mercado. Segundo o delegado Charles Pessoa, coordenador da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), os criminosos chegaram a tentar vender os produtos para um delegado.

"Dentre as vítimas, teve um colega que eles ofereceram esses equipamentos, mas ele identificou que se tratava de um material falsificado, o que contribuiu com o nosso processo de investigação. O delegado não chegou a adquirir, mas obteve informações relacionadas a esse grupo", disse o delegado.

As investigações apontam que os criminosos utilizavam um esquema sofisticado de fraude. Eles compravam ferramentas genéricas, e trocavam as etiquetas dos produtos por etiquetas de marcas renomadas, além disso emitiam notas fiscais falsas, enganando compradores e gerando prejuízos financeiros significativos.

  

“Família do crime” é presa pela DRACO no Piauí por estelionato Foto: Divulgação/Ascom SSP-PI

   

"Eles compram motosserras, roçadeiras, mudam os adesivos e vendem como se fossem de outra marca, renomada no Brasil. Compram os equipamentos por cerca de R$ 400 e revendem por R$ 1.000 ou R$ 1.500. Aplicam esse crime de estelionato oferecendo para comerciantes e também para pessoas físicas, que compram acreditando que se trata de uma marca conceituada", explicou Charles Pessoa.

Ainda segundo o delegado, os detidos estavam hospedados em hotéis próximos à rodoviária de Teresina e distribuíam os produtos falsificados através de picapes, os detidos confessaram participação nos crimes e informaram que mais de 15 pessoas estão envolvidas no esquema, segundo as investigações, o principal líder do esquema está entre os foragidos.

"Eles mesmos confessaram que são mais de 15. Ainda não conseguimos localizar os demais, mas apreendemos seis veículos. Foi uma associação criminosa desestruturada. Eles foram autuados em flagrante por estelionato, associação criminosa e falsificação de documentos, já que também falsificavam notas fiscais", destacou o delegado.

Atuação em outros estados e logística 

Além de confessar o crime, os criminosos informaram que esse era o modo de vida habitual do grupo e que aplicavam golpes em vários estados do país.

"O grupo tinha funções específicas. Eles são extremamente frios e afirmam que essa era sua forma de vida. Percorrem o Brasil inteiro 'trabalhando', segundo eles, mas na verdade cometendo crimes. Cerca de 90% dos presos confessaram as atividades criminosas e explicaram como adquiriam as mercadorias", disse Charles Pessoa.

O delegado Charles Pessoa detalhou ainda a logística do crime.

"Eles recebem a mercadoria, dividem entre duplas e saem em veículos com uma meta de vendas estabelecida pela própria organização criminosa. Abordam comerciantes, donos de lojas e até pessoas nas ruas. Quando vendem toda a mercadoria, voltam para pegar um novo lote e recomeçam a operação. Ficam cerca de uma semana ou dez dias em cada local e, sabendo que estão cometendo crimes, migram constantemente para outras cidades. A maior parte do dinheiro obtido era recebida em espécie".

A Polícia Civil orienta que possíveis vítimas desse golpe procurem a delegacia mais próxima para formalizar denúncias e auxiliar nas investigações. As prisões foram realizadas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), Força Estadual de Segurança Pública (FEISP) e por uma equipe coordenada pelo delegado Daniel Pires.

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