A Superintendência de Operações Integradas (SOI) da Secretaria de Segurança do Piauí e a Força Estadual Integrada de Segurança Pública (FEISP) deflagraram, nesta quarta-feira (13), a terceira fase da Operação Usuário Zero. Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão no Piauí, Maranhão, Distrito Federal e Tocantins contra 12 advogados suspeitos de manipular decisões no sistema eletrônico do Tribunal de Justiça do Piauí (PJe). As identificações foram divulgadas inicialmente no GP1.

Os investigados são Anastácio Araújo Costa Sales Neto, Bruno Silva Pio, Francisco Fernandes dos Santos Júnior, Francisco Jefferson da Silva Baima, Jarbas Wallison Nunes Mota, João Paulo Lustosa Veloso, José Wilson Cardoso Diniz, José Wilson Cardoso Diniz Júnior, Lucas Mendonça Cavalcante, Mailson Marques Roldão, Marcos Luiz de Sá Rêgo e Marília Dias Santos. Oito residem em Teresina e os demais em outros estados.

  

Veja os advogados envolvidos em fraudes TJ-PI. Reprodução/ Internet

   

  

Veja os advogados envolvidos em fraudes TJ-PI. Reprodução/ Internet

   

Segundo a Polícia Civil, o grupo atuava de forma coordenada para alterar decisões, principalmente em processos de busca e apreensão de veículos. As fraudes suspendiam ordens de apreensão, beneficiando réus e advogados. Durante a ação desta terça-feira, foram apreendidos cinco veículos de luxo, entre eles um Camaro amarelo.

O delegado Yan Brayner, da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil do Piauí (DIPC), explicou que o esquema foi descoberto a partir de um mapeamento detalhado de processos.

“Identificamos que os mesmos advogados apareciam repetidamente, com o mesmo modus operandi, o que nos levou a comprovar a existência de uma atuação organizada para manipular decisões judiciais”, afirmou.

Além das manipulações, as investigações revelaram que João Gabriel Costa Cardoso, ex-servidor comissionado do TJ-PI, tentou fraudar um concurso público, obtendo liminar para anular questões, decisão depois revogada. Mesmo assim, ele não alcançaria pontuação mínima para aprovação.

Histórico da operação

• 1ª fase (outubro/2024): prisão de João Gabriel, acusado de invadir perfis no PJe e inserir minutas fraudulentas. Esquema teria movimentado cerca de R$ 10 milhões.
• 2ª fase (fevereiro/2025): foco em fraude contra a rede de postos Ipiranga, com prejuízo estimado em R$ 7 milhões. Foram presos advogados e empresários ligados ao esquema.

Segundo a Polícia Civil, as investigações continuam para identificar outros envolvidos e apurar a totalidade dos danos causados.