A prisão da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), na manhã desta quinta-feira (3), por indícios de envolvimento de uma facção criminosa em sua campanha, continua repercutindo no meio político teresinense. Em coletiva de imprensa, o Procurador-Geral da Câmara dos Vereadores de Teresina, Pedro Couto, comentou sobre as medidas adotadas pela casa legislativa da capital após a operação da Polícia Federal que teve Tatiana como alvo.
A vereadora foi afastada por meio de uma medida cautelar, explicou o Procurador-Geral. A suplente da parlamentar deve assumir após um período de 60 dias. Questionado sobre um processo de cassação da política, Pedro Couto explicou que é preciso “uma certa prudência” e que o devido processo legal deve ser respeitado.
“Temos que ter uma certa prudência para falar nessa questão. Existe todo o devido processo legal, contraditório, ampla defesa, temos uma questão no estado democrático de defesa, então isso tudo vai ser respeitado. Então é muito precipitado falar dessa questão nesse momento”, disse o Procurador-Geral, que ainda afirmou que se trata de uma matéria exclusiva do Poder Judiciário.
Líder do governo na Câmara cita exemplo de cassação precipitada no passado
O vereador Pedro Alcântara (Progressistas) concordou com a fala do Procurador-Geral e citou o exemplo do parlamentar Djalma Filho, que teve seu mandato cassado pela Câmara por suspeita de envolvimento com o assassinato de um jornalista na zona Norte da capital. Vinte e quatro anos após o crime, no entanto, Djalma foi absolvido.
“No caso da Tatiana, eu vou sugerir a ela o devido processo legal, a ampla defesa do contraditório, para que se chegue a um ponto final”, justificou a opinião.
O vereador afirmou ter ficado surpreso quando abriu os noticiários pela manhã e se deparou com a notícia da prisão da colega.
Parlamentar foi presa na manhã desta quinta-feira
Investigada em um inquérito da Polícia Federal, a vereadora Tatiana Medeiros foi presa na manhã de hoje em seu apartamento, no bairro Jóquei, zona Leste de Teresina. Ela é suspeita de ter lavado dinheiro proveniente de uma facção criminosa, recursos esses que teriam sido empregados na campanha eleitoral que a elegeu ao cargo em 2024.
Segundo a PF, há fortes indícios de que a vereadora tenha lavado dinheiro por meio da ONG ‘Vamos Juntos’. Durante buscas em seu imóvel, foram apreendidos aproximadamente R$ 100 mil em espécie.
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