A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta quinta-feira (9) que iniciou uma greve de fome em protesto contra a decisão da Corte de Cassação da Itália, que manteve sua prisão. O comunicado foi feito por meio de uma carta enviada ao ministro da Justiça italiano, Carlo Nordio, na qual a parlamentar afirma ser vítima de perseguição política e pede a revogação da decisão.
A defesa da deputada argumentava que ela sofre de problemas psiquiátricos e neurológicos, mas o tribunal rejeitou o pedido, concluindo que seu estado de saúde é compatível com o cumprimento da pena em regime fechado. A corte também rejeitou a solicitação de liberdade provisória apresentada por seus advogados. Segundo o defensor, Zambelli já havia feito greve de fome anteriormente, chegando a desmaiar durante o protesto.

Na carta, Zambelli acusa o governo brasileiro de pressionar o ministro italiano e critica o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, a quem atribui uma suposta perseguição política. Ela também faz referência a sanções da Lei Magnitsky, afirmando que os Estados Unidos teriam reconhecido o ministro como violador de direitos humanos — informação que não foi confirmada oficialmente.
Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão pelo STF em maio de 2025, acusada de contratar o hacker Walter Delgatti Neto para invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O Brasil formalizou o pedido de extradição da parlamentar em junho, após ela ser localizada e presa na Itália com auxílio da Interpol. A defesa afirma que não houve provas suficientes do envolvimento da deputada no ataque e alega cerceamento de defesa no julgamento.

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