Decidir é uma das tarefas mais difíceis em nossas vidas e, após atingirmos nosso pleno poder de discernimento e lograrmos sermos possuidores do nosso tão proclamado livre arbítrio, vez por outra nos deparamos com situações em que devemos escolher qual rumo tomar, que caminho trilhar. Em boa parte das decisões que efetuamos – seja no âmbito familiar ou empresarial – salvo raras exceções, as consequências do que decidimos afeta uma série de outros atores, reverberando em suas vidas ou suas carreiras.
Na esfera empresarial e administrativa a decisão faz parte de um minucioso estudo. As prateleiras físicas ou virtuais estão repletas de livros e artigos acerca do tema. Para Herbert Simon (1965), considerado o expert no tema, decidir e administrar são quase sinônimos. Esse estudioso do processo decisorial afirma não existir decisão perfeita, em decorrência de uma gama de limitações capazes de interferência, tais como capacidade cognitiva finita, motivações pessoais do empregado diferentes das da empresa e parcial conhecimento do problema. Vale dizer que a necessidade de uma decisão, surge a partir do aparecimento de algum problema a ser enfrentado.
Para a ciência da Administração as decisões são também compostas de duas vertentes relacionadas a complexidade: Decisões Programadas; são as fáceis de serem tomadas, pois possuem características bem definidas. Por exemplo: É fácil decidir que, se as coisas não vão bem na organização, deve-se cortar gastos. É óbvio ululante. Por outro lado, decidir quais gastos devem ser suprimidos faz parte das Decisões Não Programadas. De onde tirar, quais setores devem ser afetados, quem demitir, quais custos cortar. É aqui onde a ‘porca torce o rabo’.
Um ambiente empresarial interno eivado de ameaças, falta de liderança, com burocracias rígidas e sistemas antidemocráticos permeando o clima organizacional está propenso a ser palco de uma verdadeira fábrica de más decisões. Os fatores externos à organização, formados pela economia, catástrofes ambientais, concorrência e outros aspectos que fogem ao controle do decisor também corroboram para o resultado da decisão.
Às vezes nos deparamos com momentos em nossas vidas que temos que tomar decisões importantes. É preciso que estejamos preparados para tanto. Analisar prós e contras. Quem será afetado. Quais as consequências após a implementação.
Se tiver que decidir não tergiverse: decida sempre que o destino lhe impor tal desiderato. Antes que o arbítrio da vida, forçosamente lhe empurre numa íngreme descida ladeira abaixo, antecipe suas escolhas de forma consciente. Faça valer seu direito de tomar posições afetas à sua vida pessoal ou profissional. Parafraseando a escritora e poetisa goiana Cora Coralina:
“No caminho incerto da vida o mais importante é o decidir.”
Maurício Lopes – Administrador - Especialista em Gestão Empresarial