DÓLAR, CAFÉ, FUTEBOL E ELEMENTOS ESTRANHOS

O dólar foi um dos assuntos que tomou conta das manchetes ultimamente.

Tudo o que movimentou o noticiário brasileiro nos últimos dias tem orbitado nas mesmices que estamos acostumados a debater nas mesas de bar, nas rodas de conversas ou nos bate-papos das redes sociais, com seus ‘memes’ e ofensas gratuitas, secundadas pelo acirramento político que o país se inseriu nos últimos anos: Futebol, Café, Economia e Política

O dólar foi um dos assuntos que tomou conta das manchetes ultimamente. Eu errei muito em não ter prestado atenção nas enfadonhas aulas de economia ministradas por minha professora vidrada em Adam Smith e detentora de uma capacidade ímpar de fazer dormir antes mesmo da abertura de sua bolsa repleta de batons, pincéis e pentes. Era mão na roda. Hoje pago o preço e me limito a interpretar um ‘post’, que aborda burlescamente um assunto de importância crucial para a economia, e que me fez render elogios a sua peculiar vulgaridade quando disse: “O dólar tá igual a um adolescente na puberdade, tem batido acima de cinco todos os dias”.

O Plano Real também tem sido rememorado ultimamente por uma parte da imprensa. Criado em 1994 completou 30 anos de implementação. Foi o ano que também subimos ao podium, erguendo nossa taça de tetracampeão de futebol mundial. Assisti na última segunda feira a uma entrevista do narrador Galvão Bueno, no Programa Roda Viva da TV Cultura. Em um dado momento um entrevistador lincou uma pergunta sobre o Plano Real com o Tetra, para indignação geral e irrestrita dos que não aceitaram a “promiscuidade entre futebol e política”. A meu ver foi um ano áureo, em que duas “entidades” – Plano Real e Seleção de Futebol-entraram em campo e resolveram o problema. A nossa seleção atual, convenhamos, tá igual ao adolescente na puberdade no final do dia: fraquinha.

Mais um outro assunto que mantém o brasileiro estimulantemente atento - seria uma mão na roda em aulas enfadonhas de economia-é um energético café. Particularmente levei um susto ao me deparar com uma notícia em um jornal eletrônico que dizia: “Ministério da Agricultura lista 14 marcas de café impróprias para consumo”. De incontinenti corri para abrir a matéria e me certificar se, o meu café da manhã de cada dia, tão amargo para o bolso, também seria impróprio para o consumo. Felizmente não reconheci nenhuma das marcas, nunca nem sequer ouvi falar. Acredito que, esse é um dos momentos em que o empresário cafeicultor se regozija em ter um Marketing inoperante. Para resumir, a matéria elencava em linhas e colunas as quatorze marcas, destacando o Nome, Lote, Empresa Responsável, Estado, Centro de Distribuição e a Irregularidade Encontrada, que na maioria dos casos era: Impurezas acima do limite e presença de elementos estranhos.

A última pauta que tem estado em voga é a aproximação das eleições municipais em todo Brasil. Momento de escolhermos nossos representantes no Executivo e Parlamento Municipal. O clima político está começando a acirrar e tirar o sono de muito pleiteante. As fracas promessas políticas darão o tom, com suas impurezas e mesmices acima do limite. Quando a propaganda começar é a hora do eleitor lançar mão de um forte chá quente, a fim de suportar calmamente os discursos retóricos e enfadonhos, oriundos  muita das vezes, de elementos altamente estranhos.