A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira (24), que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde ocorreu o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). As análises se justificam pela informação confirmada pelo órgão de que durante a queda da ponte, três caminhões carregados com agentes químicos caíram no rio.
Os caminhões transportavam cerca de 25 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, produto químico corrosivo, conforme a nota divulgada pela ANA, “ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas”.
A nota destaca o foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A agência informou também que, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais para detectar “os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d´água do rio Tocantins".
O Estado do Maranhão orientou a suspensão da captação de água nos municípios banhados pelo rio Tocantins, abaixo do local do desabamento, até que a contaminação seja diluída e a água esteja segura para consumo.
Os 19 municípios possivelmente impactados estão localizados próximo ao local do acidente até o encontro com o rio Araguaia. Desse total 11 estão em Tocantins e 8 se localizam no Maranhão.
Municípios do Tocantins:
Aguiarnópolis,
Carrasco Bonito,
Cidelândia,
Esperantina,
Itaguatins,
Maurilândia do Tocantins,
Praia Norte,
Sampaio,
São Miguel do Tocantins,
São Sebastiao do Tocantins,
Tocantinópolis.
Municípios do Maranhão:
Campestre do Maranhão,
Estreito,
Governador Edison Lobão,
Imperatriz,
Porto Franco,
Ribamar Fiquene,
São Pedro da Água Branca,
Vila Nova dos Martírios.
Na quinta-feira (26) está prevista a reunião da “sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins".
Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Ministério da Saúde.
O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi causado porque o vão central da ponte cedeu.