O advogado Marcus Vinícius Queiroz Nogueira vai a júri popular pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio em acidente ocorrido em 2021, no cruzamento das avenidas Odilon Araújo e Higino Cunha, no bairro Piçarra, zona Sul de Teresina. A batida entre dois carros causou a morte de Raimundo Nonato da Silva Oliveira, de 53 anos, e deixou três pessoas feridas, incluindo uma bebê de nove meses. A vítima fatal ficou presa às ferragens e morreu antes da chegada do socorro.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Piauí, Marcus Vinícius teria desobedecido à sinalização do semáforo e invadido o sinal vermelho. A perícia aponta que ele estava sob efeito de álcool no momento do acidente. Imagens de segurança mostram o acusado consumindo bebida alcoólica pouco antes da colisão.
Durante a audiência de custódia, o advogado, que à época era presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB-PI, teve liberdade concedida mediante fiança de R$ 15 mil e uso de tornozeleira eletrônica. A Justiça também determinou pagamento de indenização de R$ 726 mil às vítimas sobreviventes. Após o caso, ele foi afastado do cargo, mas assumiu em 2022 a função de diretor-tesoureiro da entidade.
A decisão de levar o réu a julgamento foi assinada pelo juiz Ronaldo Marreiros, da 1ª Vara do Tribunal Popular do Júri de Teresina. O magistrado rejeitou o pedido de nulidade de provas digitais feito pela defesa, que alegava falta de integridade do material. Segundo a sentença, não foram apresentados indícios concretos de adulteração que justificassem a exclusão das provas.