A Polícia Civil do Piauí deflagrou, na manhã desta quarta-feira (13), uma operação para cumprir 13 mandados de busca e apreensão contra advogados suspeitos de fraudes no sistema eletrônico do Poder Judiciário (PJe). A ação, coordenada pela Secretaria de Segurança Pública, atingiu endereços em Teresina e Picos (PI), São Luís e Timon (MA), Palmas (TO) e no Distrito Federal.
As investigações indicam que os suspeitos inseriam minutas de forma irregular no sistema, causando prejuízos e favorecimentos ilícitos. Durante a operação, foram bloqueados R$ 1 milhão em contas bancárias e apreendidos veículos de luxo, que foram encaminhados à Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI). Ao todo, dez advogados são alvo da ação, sendo nove em Teresina e um em Timon.
De acordo com o delegado Filipe Bonavides, da Força Estadual Integrada de Segurança Pública (Feisp), a operação é um desdobramento da Operação Usuário Zero, que investiga fraudes em processos judiciais. Ele explicou:
"A maioria são processos relacionados a veículos, mas temos alguns processos de família e temos um processo em especial que [um dos investigados] era beneficiado da decisão. Ele conseguiu a anulação de questões de concurso para ingressar em cargo público, só que mesmo com essa decisão que anulou as questões e foi revogada posteriormente, mesmo assim, não conseguiria a pontuação mínima para ingressar no serviço público.”
O delegado destacou ainda que os valores bloqueados e os veículos apreendidos serão usados para ressarcir os prejuízos causados pelas fraudes. Segundo a Polícia Civil, o esquema movimentou cerca de R$ 7 milhões e começou após um servidor do Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI) identificar uma falha no sistema eletrônico. O Tribunal informou que a falha foi corrigida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ainda em 2023.