Nesta segunda-feira (13), um pedagogo de 32 anos, residente em Teresina, foi vítima de um golpe cruel conhecido como "falso delegado" ou "golpe do nude". O criminoso, fingindo ser um delegado do Rio Grande do Sul, entrou em contato com a vítima alegando a existência de uma denúncia por pedofilia, envolvendo troca de mensagens íntimas com um adolescente.
Apesar de nunca ter tido qualquer interação desse tipo, o pedagogo, amedrontado com as ameaças e temendo pela sua reputação profissional, acabou cedendo às exigências do golpista. Transferiu, assim, uma quantia de R$ 7 mil, com a falsa promessa de que o boletim de ocorrência seria retirado e as informações não seriam divulgadas.
"Provavelmente, esse criminoso teve acesso às minhas redes sociais, onde divulgo meu trabalho, então ele sabia minha profissão, onde eu trabalhava e que convivia com crianças e adolescentes. Mesmo sem ter cometido crime nenhum eu apavorado, pensando que 11 anos de trabalho poderiam ser destruídos por uma denúncia falsa", disse a vítima que não quis se identificar.
O golpe se baseia em uma estratégia de intimidação, fazendo com que a vítima, muitas vezes inocente, acabe cedendo às demandas por medo das consequências. Neste caso, o criminoso teve acesso a informações sobre o pedagogo, provavelmente através das redes sociais, onde ele divulga seu trabalho.
O delegado Alison Landim, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), alertou para a frequência desse tipo de golpe e enfatizou a importância da desconfiança em situações envolvendo dinheiro. Ressaltou que a polícia jamais solicita pagamento para retirar uma queixa e que qualquer contato policial fora dos canais oficiais deve ser tratado com cautela.
O caso será investigado pela Polícia Civil do Piauí (PCPI), e a vítima espera que medidas sejam tomadas para punir os responsáveis e evitar que outros caiam nesse tipo de armadilha ardilosa e covarde.